domingo, 30 de dezembro de 2012

Sem limites

Que eu me lembre, nunca ouvira falar de um filme chamado Sem limites (Limitless, dir. Neil Burger, EUA, 2011), que apareceu gravado aqui por casa. Li a sinopse e, sem maiores expectativas, assisti.

Estrelado por Bradley Cooper, famoso por causa de Se beber não case, a trama conta a estória de Edward Morra, um aspirante a escritor que conseguiu um contrato para escrever um livro, mas está sem nenhuma perspectiva de vida: sem dinheiro, bebendo, endividado, com a autoestima no chão e sofrendo a derradeira rasteira ao perder a namorada, que compreensivelmente não suporta mais o contexto de autodestruição. Rumo ao fundo do poço, ele encontra casualmente o ex-cunhado, que lhe oferece um comprimidinho. Alegando tratar-se de uma droga legal, em fase de pré-lançamento no mercado, promete que com ela será possível utilizar 100% da capacidade do cérebro. O roteiro tem, portanto, pitadas de ficção científica.

O fato é que Morra experimenta a droga e fica absolutamente concentrado e focado. Tudo o que ele leu ou tomou conhecimento de qualquer modo durante toda a sua vida se tornou informação organizada, acessível e disponível. O sonho de um cara como eu. Mas é claro que existe um porém: o efeito químico dura apenas um dia. É necessário engolir outra pílula. E aí começam os problemas, que inserem na trama mistério, assassinatos, conspiração. À medida que Morra vai se tornando um homem de sucesso e ganhando dinheiro, os olhos se voltam para ele: da imprensa ao bandidinho de gueto que acaba enxergando na droga a chance de enriquecer.

O filme conta ainda com a participação de Robert De Niro, o que deveria ser, mas já não é garantia, porque o respeitável veterano não faz nada que preste há mais de uma década. Aqui, De Niro interpreta um investidor que acaba se revelando um perigoso conspirador.

Como eu não esperava nada, fiquei gratamente surpreso com um roteiro bem amarrado, que não tenta ser genial e vende seu peixe em apenas 1 hora e 45 minutos. No entanto, a grande surpresa para um roteiro do gênero é que o final não é previsível. Mesmo a sucessão de reviravoltas já integra a conhecida cartilha de Hollywood (e temos em A negociação, com Richard Gere, ora em cartaz nos cinemas da cidade, uma demonstração do que digo), mas em Sem limites, quando o vencedor aparentemente leva um golpe definitivo, acaba revelando uma carta na manga que não tinha sido considerada, absolutamente plausível no contexto do enredo, e que o confirma como o vencedor da batalha.

Gosto de ser surpreendido por uma boa estória. Por isso, recomendo o filme como uma ótima opção de entretenimento. Experimente. E sonhe com a possibilidade de, graças apenas ao seu cérebro, fazer tudo o que sempre quis.

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