sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Eterna vigilância contra o inimigo

Ontem eu me deparei com uma reportagem considerando inadmissível mulheres ainda terem câncer de colo de útero. Considerei a manchete contundente e, por razões pessoais, decidi ler o texto. Por sinal, um exemplo cada vez menos frequente de matéria bem feita, porque devidamente explicada (e não reduzida a dois parágrafos, para os preguiçosos fazerem um esforço de ler), detalhada, subsidiada na Medicina e, mesmo assim, com uma linguagem leve, talvez para reduzir o incômodo do assunto. Abaixo o link:

https://www.uol.com.br/vivabem/colunas/lucia-helena/2020/12/03/nao-e-aceitavel-que-tantas-mulheres-ainda-tenham-cancer-de-colo-de-utero.htm

Como disse acima, tenho razões pessoais para me sentir mexido por esse tema.

Minha mãe morreu em decorrência de um câncer uterino. Faz 5 anos e 2 meses, agora. Ela tinha pavor de câncer. Sequer pronunciava o termo. Chamava de "aquela doença feia". A mãe dela morreu de câncer no estômago e isso aumentou o medo que ela já sentia. Ela se cuidava, fazia preventivo todos os anos. Mas só depois do diagnóstico descobrimos que o preventivo investiga apenas câncer de colo do útero, não da cavidade uterina. E o tumor dela surgiu no fundo (que, contraintuitivamente, é a parte de cima). Eis a ironia: passou anos se protegendo, mas não sabia que a proteção era meramente parcial. 

Pessoas como eu, estudadas em alguma área e com acesso às internets da vida, supõem compreender razoavelmente bem diversos assuntos. Aí vem a realidade e nos atropela, mostrando que somos bem mais ignorantes do que pensávamos. Diante disso, resolvi compartilhar a reportagem com amigos e aqui no blog, pois realmente nunca mais quero ver alguém passar por aquilo.

Cuidem-se. Saúde. Abraços.

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