quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Pato Donald

É meio sem sentido comentar sobre a vida alheia, mas como este é um blog de opinião e é meu, lá vai.

Acabei de ler matéria informando que o ainda presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou mais uma aventura jurídica, desta feita perante a Suprema Corte do país, por meio da qual pretende cassar, suspender, ignorar, por para escanteio ou sei lá o quê milhões de votos, em quatro Estados nos quais, obviamente, ele perdeu, alegadamente por mudanças de regras eleitorais devido à pandemia do coronavírus (v. https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2020/12/09/trump-pede-que-suprema-corte-dos-eua-bloqueie-milhoes-de-votos-em-4-estados.htm). O argumento parece novidade, embora o moleque pimbudo costume resumir tudo ao argumento de "fraude", nunca comprovado.

Pessoalmente, acho ridículo o chefe de Executivo que não transmite a faixa ao seu sucessor. Tudo bem que não depende do vazante a transmissão do poder, mas considero a passagem da faixa um ato simbólico bastante educado, civilizado, que deveria transmitir a mensagem de estabilidade das instituições. Portanto, quando um molecote deixa de comparecer ao ato, mais do que evidenciar a sua babaquice, ele demonstra quão mal das pernas vão as instituições, tratadas como valhacoutos pessoais.

O caso de Trump é ainda pior, porque o mundo inteiro, literalmente ― o mundo que conta, portanto excluídas repúblicas bananeiras comandadas por escrotinhos insignificantes ―, já considera notícia velha a eleição de Joe Biden, que está prestes a ser confirmada com a votação dos delegados. Mesmo assim, o sujeito cuja aparência sempre furiosa e alaranjada já é por si só repugnante, insiste no negacionismo, hoje uma característica marcante dos ultradireitistas. A imagem que tenho comigo é a de um fulaninho tentando se agarrar na água enquanto desce por um ralo óbvio e inevitável. Eu realmente não consigo pensar em um precedente de chefe de Estado que, em ambiente democrático, vá deixar um governo tão pela porta dos fundos desse jeito  ― e por culpa exclusivamente própria.

Está feio, mas há de piorar. E aguardemos as cenas dos próximos capítulos, porque há uma certa colônia abaixo da linha do Equador que adora copiar tudo que os Estados Unidos fazem... de ruim. Ouvi dizer que, por lá, os apoiadores do tiranete agora fazem passeatas de meia dúzia de revoltados, exigindo um tal de voto impresso.

Vendo essa coisas, só consigo pensar que o coronavírus está matando as pessoas erradas.

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