sábado, 23 de janeiro de 2021

Manoel de Barros em gotas

Manoel de Barros (1916-2014) foi um poeta modernista matogrossense, tardiamente reconhecido como um dos maiores poetas brasileiros, festejado entre escritores e críticos, porém ainda desconhecido do grande público. Não que poesia tenha um grande público no Brasil (se bem que a internet está aqui me contando que ele foi o poeta que mais vendeu livros neste país), mas eu, por exemplo, que sou apaixonado por essa expressão artística, tenho o constrangimento de admitir que ainda desconheço sua obra. Ainda. Mas fui sensibilizado por uma filósofa, que o tem como poeta predileto, e assim declarou durante uma aula muito esclarecedora (não sobre poesia, e sim sobre a filosofia em nossas vidas), já me alertando para o rico subtexto que se pode encontrar nesses poemas, aliás especialmente recomendado para iluminar, nas crianças, o pensamento filosófico.


A obra de Barros é delicada, radicada na gente simples do interior, na infância, na natureza. Em meio a causos e ao sentimento idílico da vida no campo, esconde uma profundidade desconcertante, que está me conquistando sem qualquer demora.

Este blog já publicou diversos poemas que me cativaram e até possui um marcador "poesia". Hoje, compartilharei com vocês não um poema, mas um único verso de Barros. Uma das gotas de sabedoria reunidas em seu Livro sobre nada (1996), que me causou profunda impressão só de lê-la. Honestamente, assim que li, veio a minha mente mais de uma lembrança que me convenceu de que o poeta está certo.

"Tem mais presença em mim o que me falta."

Manoel de Barros, poeta, está vivo.

Nenhum comentário: