Dois anos mais tarde, a grande Clara Nunes (1942-1983) gravou a canção em seu álbum Claridade, que se tornou o seu maior sucesso comercial. Há quem considere a gravação de Clara a versão definitiva desse belíssimo samba, que ao longo dos anos ganhou inúmeras releituras, nas vozes de diversos artistas. Ao que parece, a letra simples e curta era realmente inspirada e inspiradora.
Como no Brasil da década de 1970 não existiam videoclipes, compartilho um registro televisivo em que Clara Nunes divide o palco com Alcione (1979), a fim de lhes oferecer uma perspectiva dessa versão mais elogiada:
O sol há de brilhar mais uma vez
A luz há de chegar aos corações
Do mal será queimada a semente
O amor será eterno novamente
É o juízo final
A história do bem e do mal
Quero ter olhos pra ver
A maldade desaparecer
Puristas e chatos (o que dá basicamente no mesmo) podem desgostar e reclamar, mas nossa grande diva seguiu os caminhos trilhados em seus últimos discos e modernizou a canção, baseando-a no rock e enchendo-a de enfeites eletrônicos. De quebra, ainda veio com um videoclipe animado muito bacana.
Eu adorei e, honestamente, que me perdoe Clara Nunes, a versão atual tem mais a ver comigo. E é preciso coragem para bulir tão drasticamente com um clássico desse porte. Com vocês, um novo Juízo final:
De novo e como sempre, parabéns, Elza.
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