Não sou uma pessoa impulsiva e realmente não gosto de gente impulsiva. Acho importante pensar bem antes de agir e, ainda que com algumas traições, até mesmo antes de falar. Mas, parafraseando a cantora e compositora Ana Carolina, na canção "Vou deixar a rua me levar", as palavras têm um tempo exato para falar, isto é, para ser faladas. E quando esse tempo é perdido, palavras, ideias e sentimentos associados acabam se perdendo, ficam pelo caminho e ninguém toma conhecimento deles.
Há uma sensação de perda nisso. Você gostaria de ter falado. Gostaria, talvez, de ter dito o que estava sentindo, mas os dias se sucedem e o que hoje parece importante e urgente amanhã, possivelmente, não será mais nada. Sob certos aspectos, é possível que tenha sido melhor não dizer nada. Mas nunca saberemos.
Esse mal-estar pode advir justamente daí: da impossibilidade de saber como teria sido a realidade alternativa. E assim mais uma incompletude se inscreve em nossas almas.
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