Este blog nasceu com a intenção de ser bastante ativo. Durante um tempo, ele foi. Basta que se veja o número sempre crescente de postagens em seus três primeiros anos de existência. Mas quem tem dois empregos, família e a expectativa de alguma vida social não pode viver com a cara na tela do computador, então nos anos seguintes houve atividade significativa, maior ou menor, de acordo com os ventos de cada ano, mas não equivalente ao triênio inaugural.
Graças a este blog, entrei para um time seleto - não que eu estivesse à altura deles, de gente como Juvêncio de Arruda, do 5ª Emenda, ou o projeto coletivo do Flanar, do qual me tornei depois um dos editores -, mas eu gostava de pensar que fazia parte do grupo, dadas as nossas boas relações, ainda que muitas vezes exclusivamente virtuais. Era o virtual positivo: a vida na grande rede não substituía a real, apenas era vivida com qualidade e honestidade. Eu realmente fiz amigos por aqui.
A partir de 2012, o ritmo começou a despencar. O mestrado me deixou sem tempo e, depois, a doença de minha mãe roubou minha alma. O último ano foi extremamente difícil e 2015 está sendo uma pedreira que só não classifico como intransponível porque ainda estamos aqui. Resulta daí que o blog chegou a um estado de estagnação, o que lastimo. Afinal, acredito que fiz alguns textos bem bacanas ao longo desses quase 9 anos, coisas que podem ser úteis ou até divertidas. Por conta disso, acho importante prosseguir.
Dia desses, preparando-me para assumir turmas novas de Direito Penal I, organizava o meu material e cheguei ao documento que encaminho aos alunos, citando este blog como um local para procurar textos de interesse de nosso curso. Daí pensei que existe muita coisa aqui que pode ajudá-los. Isto me confere razão mais do que suficiente para persistir um pouco mais. Então vamos em frente. Assim como na vida real, na blogosfera também eu hei de lutar um pouco mais para, quem sabe, trazer algo de benefício ou de satisfação para uma ou duas pessoas. Creio que isto já será justificativa suficiente.
Naturalmente, no território líquido da Internet (à moda de Bauman), se houver um público, ele responderá de acordo com a produtividade do blog. Neste momento, portanto, é provável que eu escreva para ninguém. Mas se tem alguém na linha, se tem alguém no ar, é possível que alguém volte a ler as minhas tentativas de ser cronista ou crítico de tudo. Afinal, dizem, sempre há um sapato velho para calçar um pé cansado.
Abraço quem estiver por aí.
6 comentários:
Estou aqui, não sei quanto mais estão, mas meu desejo é que seu blog não morra. Já tive um blog e também achava que ele era importante, daí compreender e compartilhar de seu pensamento/sentimento.
Meu blog morreu, mas continua no ar, está a espera de algum milagre que o ressuscite, mas não creio em milagres rsrsrsrsr.
O meu morreu, ao seu desejo vida longa!
Professor,
Assim como eu, certamente há um grupo que sempre estará por aqui ansiosos por seus comentários e pensamentos. Suas ideias ajudam a formar opiniões.
Abraços
Ramon Bentes
É grande a minha alegria em encontrar leitores por aqui. Suas palavras me estimulam. Espero que as energias se renovem e possamos seguir em frente. Grande abraço.
Estamos na escuta, caro escrevinhador. Tenho a opinião de que os blogs(nem todos infelizmente) mostram que ainda há vida inteligente na esfera virtual, muito ao contrário dos kkkkk's de muitos facebooks da vida afora.
Teu blog tem o título de "arbítrio do Yúdice". Portanto, nos brinda com excelentes análises de temas jurídicos, com algumas nem tão boas defesas de alguns admiradores de ritmos baianos e, por que não, com posições pessoais e/ou familiares.
A vida da gente, muitas vezes, se espelha em exemplos que capturamos daqueles que nos são próximos, por parentesco, por afinidade ou por amizade. Assim, no mais das vezes, ainda que situações personalíssimas, podem nos ser úteis, fazendo-nos refletir sobre elas. Nada como ficar matutando sobre uma situação para , quem sabe, mudarmos nossas convicções ou pensamentos.
Continue o blog, continue as boas análises, continue com as opiniões pessoais e continue a ser o analista e operador honesto comprometido com as mudanças que nossa sociedade precisa.
Abraços
Kenneth
Também estou sempre por aqui, professor. É aqui que eu recorro quando preciso de uma leitura interessante ou mesmo pra saber se está tudo bem.
Vida longa e próspera ao Blog!
Grande abraço.
Querido Kenneth, sua avaliação me emociona, porque realmente não me vejo em condição tão elevada assim, mas acho que posso tentar um pouco mais me aproximar desse perfil que você pinta. Abraço agradecido. Inclusive por me fazer rir, no caso com essa "insólita" referência a ritmos baianos.
Querida Emy, posso tentar, aqui e ali, uma dessas leituras interessantes. Quanto a estar tudo bem, posso no máximo sonhar como você pela chegada desses dias melhores.
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