sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Fogo contra fogo

Foram interrogados em juízo, ontem, Savana Nathália Barbosa Cruz* e Raimundo Nonanto Ferreira dos Santos, presos pelo assassinato de Joelson Souza Ramos, num motel de Ananindeua no último dia 10 de julho. O crime deixou a cidade perplexa por sua brutalidade, já que houve a cabeça e as pontas dos dedos foram decepados, numa vã tentativa de frustrar o reconhecimento da vítima. O crime não tardou a ser elucidado, demorando um pouco mais apenas a prisão dos envolvidos, que haviam se evadido.
Nos próximos dias deve ser prolatada a sentença, na ação penal a que respondem sob a acusação de latrocínio que, pelo amor de Deus, não é roubo seguido de morte, e sim morte finalisticamente provocada para viabilizar um roubo. Tanto faz matar antes quanto depois: desde que a finalidade seja a subtração patrimonial, temos latrocínio. Não há quem consiga botar isso na cabeça dos jornalistas...
Na audiência de ontem, os advogados decidiram adotar uma estratégia extremamente corriqueira e ineficiente, na hipótese de certeza de autoria: um acusou o outro. O objetivo é reservar toda a culpa para um, deixando o outro impune ou, ao menos, reduzir a pena de um deles. É um tour de force, para alcançar o mal menor, já que não há meios de escapar de uma punição.
Agora os dois ex-amantes acusam um ao outro de idealizar o crime e de esquartejar a vítima. Quem cortou foi ele(a); eu estava em outra sala e nem assisti. A menor responsabilidade, porém, não muda o fato de que o crime foi cometido em comunhão de propósitos, o que implica em dizer que os dois devem ser condenados com base na mesma incriminação. Simples assim. A maior surpresa que pode acontecer nesse caso é a juíza desclassificar a imputação para homicídio. Seja como for, os dois réus serão condenados a penas elevadas. Aliás, é o que  merecem.

* Jesus, o que é esse nome? Savana, por si só, já é nome de profissional do sexo. Mas reunido a Nathália, forma uma combinação que remete aos travecos das zonas mais sombrias do underground...

2 comentários:

Marcelo disse...

Caro Grande Yudice,

Esse crime bárbaro realmente deixou muitos em clima de tensão. Como profissional de informática que sou, admito que esse crime veio com o avanço tecnológico e, infelizmente, quem não tiver estrutura para separar o mundo virtual do mundo real, acabará nas mãos daqueles que dizem ser o que não são.
Também admito já ter usado algumas vezes o "Roubo seguido de morte". A partir de agora não mais. (acho que minha noiva que faz direito deveria ter me explicado isso).
Quanto ao comentário do nome da mulher, hahehehaeae...bem...claro que quem tem por volta de 30 anos lembra da lendária atriz Savana que terminou sua carreira se matando. As Savanas que me perdoem, mas que lembra sacanagem, lembra.

Um grande abraço.

Marcelo

Yúdice Andrade disse...

Pois é, caríssimo Marcelo. Não se trata de preconceito da minha parte - até porque, como sempre digo, alguém que se chama "Yúdice Randol" não tem o direito de criticar o nome de ninguém! - mas justamente esse precedente me levou ao comentário...