Não temos condições de saber, por enquanto, quem será eleito governador do Pará no próximo mês, mas passei a acreditar que o atual titular do cargo estava capengando nas pesquisas quando a cidade, de repente, começou a se encher de obras com a maior cara de maquiagem pré-eleitoral. Refiro-me a asfaltamento de ruas, que começaram por bairros nobres, portanto menos necessitados delas, mas hoje já podem ser vistas em vias secundárias de bairros mais afastados. Outra dica são as famosas "revitalizações", por exemplo de iluminação pública.
Às vésperas de eleições municipais, essas placas (e as obras supostamente decorrentes) proliferam como capim. Mas, confesso, não me lembro de já ter visto fenômeno semelhante nas semanas anteriores a eleições estaduais. Sintoma. A região nordeste do Estado, que é a mais densamente povoada, tem seu eleitorado bastante dividido entre os dois candidatos mais fortes e o interior teria boas razões para hostilizar o atual governador, por causa de seu comportamento quando da questão sobre a divisão territorial. Então vale a pena amaciar o povo destas bandas.
Aliás, a tucanada resolveu bater na questão da divisão territorial. Segundo ela, votar na concorrência é conduzir o Estado à fragmentação, como se fosse uma questão certa. Manipulação tosca e burra. Tanto porque pode acirrar nos eleitores do interior a lembrança da derrota no plebiscito de 2011, quanto porque essa não é uma competência do governador do Estado. Mas, enfim, políticos, marqueteiros e asseclas safados se aproveitam da baixa instrução do eleitorado para vender as mentiras mais estapafúrdias possíveis. O negócio é obter dividendos eleitorais, custe o que custar. Ninguém se importa de passar recibo. Além do mais, poucos notarão os desatinos.
Seja como for, é hora de aproveitar as obrinhas de ocasião. Nada como uma eleição para sermos tratados quase como se fôssemos cidadãos.
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