No último dia 12, visitei a minha querida UFPA e, em auditório do Instituto de Ciências Jurídicas, que não existia na minha época da graduação (nem o prédio, nem a organização institucional em institutos), para participar de minicurso sobre o livro "Em busca das penas perdidas: a perda da legitimidade do sistema penal", obra seminal de Eugenio Raúl Zaffaroni, que eu e outros tantos consideramos o maior penalista vivo do mundo.
A obra está dividida em três partes e cada expositor se encarregou de uma delas. Eu fiquei com a segunda, "Resposta à deslegitimação e à crise". Foi desafiador, porque me colocou diante de uma audiência totalmente desconhecida, composta por alunos da graduação e da pós-graduação do ICJ, além de alguns que acabaram de se formar e ainda se sentem alunos da casa, o que é bom. Foi desafiador também por dividir a bancada, ainda que não simultaneamente, com dois mestrandos da UFPA (Rômulo Morais e Adrian Silva) que estão focados nessa obra por causa de suas pesquisas e que, naturalmente, puderam discorrer sobre ela com mais propriedade.
Mas foi tudo muito gratificante, mormente participar de uma atividade tão bem recebida pela comunidade acadêmica, simbolicamente ao lado de meu ex-aluno e ex-monitor Adrian, que é um acadêmico nato e alguém com quem tenho muito a aprender.
Já nesta segunda-feira, dia 16, em casa mesmo (no CESUPA), participei da quarta edição do seminário "Direitos humanos e(m) tempos de crise (?)", evento de nossa querida e sempre produtiva Clínica de Direitos Humanos, à frente a Profa. Natália Bentes, contando com o engajamento incansável de nossos alunos. A clínica sempre foi uma reunião de cabeças que desejam fazer a diferença. Para mim, é particularmente agradável participar de um evento que possui estudantes na linha de frente, tanto organizando quanto apresentando e, neste caso, falando com segurança e propriedade sobre o tema.
Levado pela mão de minha querida Emy Mafra (comigo na foto), uma unanimidade entre os professores como aluna fora da curva, falamos sobre "O tráfico de pessoas e a exploração da escravatura". Ela nos ofereceu um pouco de sua experiência pessoal como estagiária do Ministério Público Federal, participante do projeto que vem mapeando os processos sobre escravidão contemporâneo na Justiça Federal brasileira, uma iniciativa da maior importância, inclusive porque tardia.
No caso deste seminário, foram dez palestras em dois dias, um ritmo puxado, mas que contou com a adesão do alunado, outro motivo de grande satisfação, dada a necessidade de sensibilizar as pessoas quanto ao combate dessa chaga social que é a escravidão contemporânea. Uma alegria participar disso tudo.
E em maio, se Deus quiser, outro desafio: participar de seminário do Conselho Estadual de Política Criminal e Penitenciária, portanto para um público diferente, profissional, o que sempre favorece um certo frio na barriga. Mas vamos lá. O tema me instigou bastante. Contudo, falarei sobre isso em outra oportunidade.
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