segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Quantas vezes na vida você se deu conta do quanto não sabe?

No último momento antes de clicar no x que fecha o navegador da Internet, senti vontade de escrever alguma coisa no blog. Então vim aqui, rapidinho, com a mente dispersa, sem nenhum encaminhamento sobre o que falar. Apenas a necessidade de eliminar este terrível fator de distração enquanto me mantenho de cara para o computador, tentando parir um texto sobre dois autores que conheci muito recentemente, este ano mesmo. São os dois primeiros companheiros do mestrado, que me aterrorizaram durante o primeiro semestre e que agora retornam, como temas de uma das minhas disciplinas.
Minha graduação na UFPA foi deficitária. Quanto mais o tempo passa, mais me dou conta disso. Não era a universidade, que respeito e prezo profundamente. Era uma quantidade enorme de professores que não estavam a fim de nada, mas que uma infraestrutura tola, herdada dos nefastos militares, nos obrigava a suportar. E olha que dei sorte: tive vários professores maravilhosos, que me ajudaram não apenas a aprender conteúdos, mas a me tornar uma pessoa mais consciente. Serei forçado a omitir nomes, porque teria que declinar todos e, esquecendo algum, correria o risco de ser mal interpretado, como se o tivesse posto no outro grupo.
A esta altura, os meus grandes professores devem saber que foram respeitados e queridos por mim. Espero ter demonstrado isso a eles a tempo.
Mas mesmo assim, os tempos eram outros. Faculdades de Direito não ofereciam a seus alunos esses autores que estou estudando. Alguns deles continuam sendo matéria alheia à graduação, o que agora se torna uma vergonha, mas uma vergonha real e presente. O fato é que preciso correr atrás de prejuízos de variadas ordens e o tempo é curto.
O interessante, por outro lado, é que a despeito das muitas dificuldades, tenho encarado isso com serenidade. Não estou ofendido com tudo o que percebi não saber. Já superei boa parte da frustração de não ser tudo o que gostaria, no que tange à formação jurídica. Além disso, eu adoro a academia. Lá é o meu lugar e o meu destino. Uma vez lá, como professor ou aluno, estou em casa. Por isso, olho estes livros, cópias, resumos e a tela do computador e até me divirto. É como uma imensa balbúrdia entre amigos. Vamos nos massacrar tudo o que pudermos, mas no final acharemos maravilhoso participar da vida um do outro.
Então me permitam ir, porque preciso eliminar esta distração. Há uma importante tarefa no meu caminho. Boa noite.

4 comentários:

Anônimo disse...

Feliz pela alegria e serenidade com que está encarando a constatação. E curioso sobre quais são os seus dois novos amigos...

Yúdice Andrade disse...

Esse universo é muito bom e nunca monótono, porque sempre tem novidades e polêmicas.
No mais, eu me referia a Posner e Dworkin, os autores que usamos na nossa seleção e que foram vistos nas últimas duas aulas de Pensamento Jurídico Contemporâneo. Mais uma vez, recorri ao teu blog para me orientar.

Ana Miranda disse...

Tudo que aprendemos em um dia pode ser multiplicado por 10 de coisas que ainda temos que aprender no outro dia...

Ainda bem que seus alunos têm a você, Yúdice.

Estou falando sério. Adoro esse seu interesse e prazerem ensinar!!!

Se bem que, com prazer é mais caro, né não??? Eh...eh...eh...

Yúdice Andrade disse...

Ahahahahah! Sim, Ana, cobramos mais caro nessa hipótese...