terça-feira, 12 de março de 2013

Farelha

É muita sacanagem com o paraense! A farinha de mandioca  também conhecida como farinha d'água porque a mandioca fica sob imersão por um tempo, antes do beneficiamento   esse item obrigatório da mesa do paraense, atingiu o preço mais alto da história!

Segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), divulgado ontem, o preço da farinha não para de subir há 10 meses consecutivos, alcançando uma média de R$ 6,83 o quilo, quase o dobro do reajuste sobre o valor da cesta básica, no mesmo período. Enquanto a inflação de 2012 ficou na casa dos 6,77%, o preço da farinha aumentou em 130%!

Eu realmente gostaria que alguém me explicasse esse fenômeno. Será que estão minguando as lavouras de mandioca por aí? Os produtores estarão, talvez, migrando para outras culturas mais rentáveis? Ou o problema não tem a ver com a produção, mas o mercado? Afinal, não me consta que tenha havido alguma razão climática a interferir de modo tão agressivo sobre o preço do principal acompanhamento alimentar do paraense.

O mais triste é pensar que o paraense pobre, aquele que batalha pela sobrevivência, usa a farinha para dar sustança, além de ver nela um elemento da própria cultura local. Ficar apartado dela é perder um alívio para a fome e uma referência pessoal importante. E eu nem falo por mim, porque realmente não gosto de farinha. Encaro no máximo uma farofinha, de vez em quando. E uma farofinha de ovo, amanteigada, é um desbunde!

Mas a questão não sou eu, e sim o abuso que, como sempre, prejudica sobretudo os mais vulneráveis, numa região em que o povo se mata por uma baguda ou por um bom pirão, para comer fazendo capitãozinho...

3 comentários:

Cléoson Barreto disse...

Olá!

Li em jornal, não lembro se o dos Maiorana ou o dos Barbalho, que a causa, ou talvez a principal causa do aumento do preço da farinha em Bragança é o fato de os produtores preferirem os "Bolsa-esmola" da vida do que trabalhar e produzir a farinha. Com isso, a quantidade ofertada do produto diminui, consequentemente aumentando o preço.
Não sei se é verdade, mas tem alguma lógica.
Um abraço.

Anônimo disse...

Os pobres agora, literalmente, vão só levar o farelo.

Yúdice Andrade disse...

Não li a respeito, Cléoson. Mas é o caso de procurar saber porque, se for isso mesmo, estaríamos diante de um efeito adverso de política pública, em sentido diametralmente oposto ao que ela deveria promover.

No máximo isso, das 10h29.