sábado, 9 de março de 2013

Septo

Meu primo e afilhado Mateus, de 16 anos, submeteu-se hoje a uma cirurgia para correção do septo nasal. Há bastante tempo ele vinha enfrentando problemas complexos, que culminavam com sangramentos constantes e de intensidade preocupante. Os médicos diziam que o septo, hipertrofiado, pressionava a intensa rede de vasos sanguíneos da região. A cirurgia era indispensável, mas não podia ser feita tão cedo. O jeito foi esperar até agora.

Após uma longa briga com o plano de saúde, que fez de tudo para passar a perna em um consumidor em dia com suas obrigações financeiras, a cirurgia aconteceu nesta manhã e transcorreu sem qualquer dificuldade, felizmente. Numa visita no começo da noite, verificamos que ele está bem, sem queixas, exceto fome. Fiquei com a impressão de que o hospital não se preocupou muito em zelar pelo bem estar de um paciente que estava em jejum há muitas horas. Como ele não pode mastigar, por enquanto, levamos-lhe iogurte e suco.

Amanhã de manhã, se Deus quiser, estará de volta à casa e terá que encarar, como almoço, canja batida. O coitado estava com tanta fome que até pediu essa iguaria! Mas eu, que não gosto de canja, fiquei enjoado só de pensar em tomar uma batida. Deus me livre de ter que enfrentar esse tormento algum dia!

Mas o que me impressionou mesmo foi a quantidade de cartilagem retirada. O material, ora guardado num potinho, seguirá para exames. A quantidade era tanta que imaginei Mateus sem nada dentro do nariz! Eu, que encaro sangue e restos humanos sem maiores dificuldades, fiquei angustiado olhando para a coisa.

Só espero que ele fique bem e que, depois do sacrifício, melhore a sua qualidade de vida, porque a situação já estava preocupante.

3 comentários:

Anônimo disse...

Que melhore logo.

Engaçado, eu prefiro sopas batidas no liquificador, acho que fica mais gostoso, e até mais simples de tomar.

Me lembram aquelas batidas de guaraná vendidas na rua, e são bem boas.

Marajoara.

Ana Miranda disse...

Ele há de ficar bem, caro Yúdice, jovens recuperam-se bem às cirurgias.


Quanto a alimentação dele, o melhor prato do mundo é aquele que comemos quando estamos com fome.


Yúdice Andrade disse...

Olha, Marajoara, na boa, tenho horror a sopa batida. Mas tudo bem, é questão de gosto. Conheço um cidadão que, num assalto, tomou um tiro no rosto, que lhe arrebentou dentes e mandíbula. Durante meses, ele se alimentou de pastosos. O que ele me disse foi: "Aprendi que tudo batido com leite fica uma delícia". Isso incluía lasanha e outras iguarias ainda mais impensáveis.
Enfim, não curto, mas sou solidário.

Grato, Ana. Ele ficará bem. É que é um menino amamãezado e isso lhe dá maior fragilidade. No mais, devemos compreender que a situação não seria nada confortável para nenhum de nós.