sexta-feira, 21 de março de 2014

Modelos penitenciários

É possível manter um sistema penitenciário humanizado, embora, como é óbvio, ele custe muito caro. Vale a pena ler esta reportagem, que mostra prisões europeias. Melhor dispensar qualquer comparação com o Brasil.

Acima de tudo, fica evidente que a questão não é de infraestrutura, nem sequer de dinheiro: é uma questão de atitude. As prisões mostradas na matéria são como são porque aqueles países decidiram apostar na recuperação do condenado e não em sua punição. É isso que muda totalmente no Brasil. Por aqui, não se quer recuperação alguma; o que se quer é o sofrimento, a aviltamento, a vingança desmesurada, como se a execução penal (ou mais especificamente como se viver em sociedade) fosse uma rinha de galos: vence quem permanecer de pé.

Lamento, inclusive, a falta de inteligência dos muitos que ignoram que um sistema penitenciário monstruoso não produz sofrimento apenas para os presos. Ele afeta os familiares desses presos, que não são criminosos, mas se isso não bastar aos donos da verdade, ele afeta também a cada um de nós, pela violência que, gestada no cárcere, vem parar nas ruas. Pelas imensas estruturas de corrupção. E pela imagem de degradação que ele traz ao nosso povo.

Pena que a maioria não queira ver isso.

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