À exceção de um, que se encontrou na advocacia, todos os meus monitores se tornaram professores.
O primeiro deles, Nirson Medeiros da Silva Neto, migrou para o campo da Antropologia, sem se apartar totalmente do Direito. Hoje doutor em Ciências Sociais e professor adjunto da Universidade Federal do Oeste do Pará, conserva o seu olhar profundamente humano pela atuação nas áreas de "agroextrativismo, desenvolvimento, administração de conflitos, justiça restaurativa, judiciário, alternativas penais e direitos humanos", segundo seu currículo Lattes. Com alegria, vejo que se mantém às voltas com o campo penal.
Temos também Eduardo Neves Lima Filho, penalista genuíno e que já é um veterano da mesma instituição onde eu leciono, nas cadeiras de direito penal e direito processual penal. Na advocacia, é um dos soldados da causa de racionalização do poder punitivo.
Temos Antônio Graim Neto, monitor por três anos, daqueles irremediavelmente apaixonados pelas ciências criminais. Leciona e advoga na área, além de atuar em comissões da OAB/PA, primeiro na Comissão de Jovens Advogados e, agora, na de Estudos Penais.
E temos Adrian Barbosa e Silva, criminólogo até o osso, humanista, apaixonado, que ontem me deu a feliz notícia de que acabou de ser contratado pelo CESUPA para assumir turmas na mesma disciplina em que me auxiliou durante dois anos. Como lhe disse, trata-se de chegar a um lugar onde sempre se quis estar. Conheço essa sensação e ela é simplesmente maravilhosa.
A educação e as ciências criminais seduziram esses quatro valorosos profissionais, o que é maravilhoso para o ensino superior em nosso Estado. Pensar que ajudei a desenvolver esse sentimento é extremamente gratificante, mas sempre ressalto que são sementes originais e com talentos absolutamente próprios, que dariam excelentes frutos de qualquer maneira. Nem por isso a alegria é menor.
De quebra, este histórico ainda traz outro benefício: mostrar para as gerações atuais, para as minhas queridas monitoras que colarão grau daqui a oito dias, e para os monitores futuros, que a seriedade e a dedicação são sim recompensados. Que nós podemos alcançar esse grandioso e controverso projeto de virar um profissional da educação e fazer a diferença na vida de muitos.
Seja bem-vindo, Adrian, e inspire os próximos!
Um comentário:
Com "(...) chegar a um lugar onde sempre se quis estar" sintetizaste tudo. Os dias se passam e a ansiedade pelo "primeiro dia como professor" só aumenta; um primeiro dia de muitos nos quais será uma grande honra trabalhar ao lado daqueles que até pouco tempo eram meus professores. De fato, essa geração deve muito a ti (nós devemos!), não apenas pela forma única que compreendes e fazes acontecer o magistério, mas sobretudo por ser a pessoa que és. Um abraço apertado àquele que sempre será lembrado como meu grande mestre do Direito Penal. Att. Adrian Silva.
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