Você provavelmente não sabe que a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz realiza concertos mensais. Não recrimino ninguém por essa ignorância porque, afinal, eu também não sabia. E olha que moro nesta cidade, adoro música erudita e, de quebra, meu cunhado, Agostinho Fonseca Jr., é maestro assistente da dita orquestra (à frente, na segunda imagem).
Na noite de ontem, os 58 músicos subiram ao palco novamente, sob a regência do maestro Miguel Campos Neto, contando ainda com a presença da musicista convidada Silvia Ricardino, na harpa, e com as pianistas Ana Maria Adade e Adriana Azulay, como solistas.
O programa da noite era dedicado às crianças ou, de modo mais amplo, a qualquer pessoa que desejasse conhecer melhor (ou começar a conhecer) uma orquestra. O objetivo era fazer o público conhecer cada instrumento musical e suas potencialidades.
Foram executadas três peças. A primeira, "Carnaval dos animais", do francês Camille Saint-Saens (1835-1921), representa uma visita ao zoológico, no qual os temas musicais são dedicados a diferentes animais e os sons produzidos remetem aos que são emitidos por esses animais ou evocam o seu comportamento.
A segunda peça foi "Guia de orquestra para jovens, op. 34", do inglês Benjamin Britten (1913-1976), que se destina a apresentar cada um dos grupos que compõem uma orquestra — cordas, madeiras, metais e percussão — e, dentro deles, cada instrumento. Assim, ouvimos a sonoridade de cada um e depois desfrutamos de todos eles fazendo mágica reunidos.
Por fim, ouvimos "Pedro e o lobo", do russo Serguei Prokofiev (1891-1953), que utiliza a orquestra para contar a estória da criança que monta uma armadilha e prende o lobo que vinha assustando os moradores de seu vilarejo. Na peça, cada personagem é representado por um instrumento ou conjunto deles.
O espetáculo foi extremamente instrutivo, ficando a crítica tão somente para o fato de que, se havia a intenção de receber crianças, manter o horário de 20h e, ainda por cima, começar com 35 minutos de atraso não foram situações condizentes. Minha Júlia, p. ex., estava ávida para ver "Pedro e o lobo", mas quando a execução começou, às 21h45, ela já se rendera ao sono, algo por sinal necessário, considerando que hoje é dia de escola. Seu primo, Davi, bem que se esforçou, mas também adormeceu.
Fica, no entanto, grande elogio pela concepção e realização do espetáculo. Dá orgulho termos esta tradição de apreciar música erudita, uma orquestra tão competente e a oportunidade de apreciar um evento tão belo totalmente de graça. Vamos divulgar isso.
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