quarta-feira, 9 de abril de 2014

Algumas pessoas, definitivamente, não têm senso de ridículo

O assunto é recorrente aqui no blog. Já disse umas tantas vezes, antes, que sou plenamente favorável à existência do Exame de Ordem (aliás, testes de proficiência como pré-requisito para o exercício profissional não são uma exclusividade do direito nem do Brasil), mas que tenho muitas reservas quanto à forma como é aplicado, o que não é exatamente uma surpresa, já que considero os concursos públicos, de um modo geral, processos muito imbecilizantes, eis que privilegiam a memorização de textos legais, prejudicando o raciocínio, a lógica e, sobretudo, o caráter humano do direito.

Entendo, portanto, que não se deve confundir prova mal realizada com prova inconstitucional, além de confessar minha desconfiança quanto às pessoas que transformaram a oposição ao Exame de Ordem numa espécie de bandeira de vida. Afinal, estudar e passar ainda é uma opção, que por sinal dá certo para muitos. Em suma, considero uma causa equivocada e que, frequentemente, utiliza argumentos tolos. E eis que a tolice se repete, mas desta vez atingindo níveis superlativos. Veja:

A Associação Nacional dos Bacharéis, que congrega formados em Direito que foram reprovados no Exame de Ordem, levou sua batalha contra o exame profissional à Organização Internacional do Trabalho. Em uma denúncia encaminhada ao órgão internacional, o presidente da entidade, Carlos Schneider, diz que “o exame beneficia a manutenção do trabalho escravo do bacharel em Direito no Brasil”. Para ele, não cabe à OAB decidir quem pode advogar no país e a qualidade do ensino deve ser avaliada pelo Ministério da Educação.

Incrível como alguém consegue tomar uma atitude dessas e sair de casa, depois, sem estar com a cabeça enfiada num saco. Era só o que faltava. Depois da palhaçada de associar o Programa Mais Médicos a trabalho escravo por causa da polêmica classe média a respeito dos cubanos, agora esta. Honestamente, tem gente precisando ler um pouco mais sobre trabalho escravo. Até Wikipedia já ajudaria.

Se estão mesmo tão preocupados com trabalho escravo, e não com os próprios fundilhos, que pressionem o Congresso Nacional a aprovar a PEC 57-A, que é de 1999 e ainda está sendo combatida pelos ruralistas. Aí eu acreditaria um pouco na boa fé de seus propósitos.

Fonte: http://www.conjur.com.br/2014-abr-08/notas-curtas-associacao-exame-ordem-favorece-trabalho-escravo

2 comentários:

Anônimo disse...

Realmente, quem defende que um "cidadão" que faz isso aqui não sabia o que tava fazendo e é uma vítima coitada, que essa Sra. quem criou ao comprar cordão de ouro ao invés de repartir o dinheiro com o próximo, definitivamente, não deve ter senso do ridículo: http://youtu.be/2jBGCMEjfBc

Yúdice Andrade disse...

Como era de se esperar, você está tão por fora que até postou o comentário tosco no lugar errado.