Aquele colunista de negócios, conhecido aqui do blog, está a merecer mais uma crítica. Desta vez, por seus escritos hoje publicados, na área de educação.
Tratando sobre uma nova instituição de ensino superior de Belém, que será inaugurada na próximo dia 6 de maio, afirma que "seis cursos já foram reconhecidos pelo MEC", mesmo destacando que o primeiro vestibular ocorrerá em junho. Ao desinformado, lembro que o MEC primeiro autoriza os cursos para, posteriormente, quando a primeira turma de cada um se encontra na metade do caminho para a colação de grau, fazer a avaliação que se converte em reconhecimento (ou não). Por conseguinte, por ali não há curso algum reconhecido.
Mais grave ainda é o ato falho cometido ao noticiar que o Grupo Ser Educacional manterá "duas bandeiras" separadas no Pará, uma ostentando o nome Maurício de Nassau, outra mantendo o nome Universidade da Amazônia (UNAMA). O colunista diz que as duas "bandeiras" atuarão "com públicos distintos na maioria dos produtos". Ocorre que universidade não é posto de gasolina nem operadora de cartão de crédito, assim como educação não é produto. Embora sob o ponto de vista estritamente dos negócios, que é só o que o colunista enxerga, vender serviços de educação seja o objeto social da empresa e, por isso, possa ser chamado de produto, a carga valorativa oculta por trás dessas classificações me causa profundo mal estar.
Quando a educação não é mais do que um produto à venda, as consequências são bastante conhecidas. É mais ou menos como aquela antiga piada ostentada em camisetas: "Educação enriquece. Pergunte ao dono da escola."
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