segunda-feira, 14 de abril de 2014

Auto de Judas Iscariotes

“Já interpretei Judas antes, numa Paixão de Cristo, mas ali a proposta era mais tradicional. Agora eu estou vivendo um Judas mais humano, mais denso e com motivações mais complexas”, declara Nilton César, que viverá o protagonista de ‘Auto de Judas Iscariotes’. O espetáculo marca os 12 anos de existência da ‘Nós Outros’ Companhia Teatral, sendo apresentado em três sessões, hoje e nos dias 15 e 16, sempre às 20h, no Instituto Universidade Popular (Unipop), apoiador do projeto.
A opção por encenar, em plena Semana Santa, um dos personagens mais controversos do cristianismo, mostra que a companhia se propõe a inovar e fazer seu público refletir. Neste auto, baseado na coletânea ‘Quadra de Encantarias’, que Hudson Andrade lançou em 2012 pela Giostri Editora, de São Paulo, Judas é mais do que “um dos 12 apóstolos de Jesus”.
Andrade também assina a encenação do espetáculo e vive o personagem Barrabás. Em sua narrativa, Judas é levado por um anjo até um lugar inóspito. Sozinho, encontra pessoas, o demônio e acaba por se confrontar com a própria consciência, buscando entender suas próprias ações, mas, sobretudo, demonstrando que o maior ofendido pelos seus atos, Jesus Cristo, já o perdoou.
A história de Judas é conhecida de todos. Apóstolos de Jesus, ele pertencia à seita dos zelotes, que incitava o povo hebreu contra a dominação romana. Contudo permaneceu na história como o traidor do Messias, como o homem que recebeu 30 moedas de prata por isso. Como ato final, incapaz de viver com o remorso, Judas se enforca. Uma passagem bíblica reproduzida até hoje nas ruas, como um evento de crítica social, política e de costumes, nos Sábados de Aleluia.
PRESTIGIE
‘O Auto de Judas Iscariotes’
Quando: dias 14, 15 e 16, sempre às 20h.
Local: Instituto Universidade Popular (Unipop)
Endereço: Avenida Senador Lemos, 557 – entre as travessas Dom Pedro I e Dom Romualdo de Seixas – Umarizal.
Ingressos: R$ 20 (com meia-entrada).
Informações: 8199-1322.
Fonte: http://www.diarioonline.com.br/entretenimento/cultura/noticia-281890-peca-mostra-traicao-e-perdao-do-apostolo-de-jesus.html

Um comentário:

Anônimo disse...

Sobre o assunto, recomendo a leitura de ZELOTA, de Reza Aslan, que compara o Jesus dos evangelhos com o das fontes históricas, abordando as razões por que a Igreja cristã preferiu promover a imagem de Jesus como um mestre espiritual pacífico em vez do revolucionário politicamente conscientizado que ele foi.

Faz também um corte bem fundamentado entre o Jesus de Nazaré, revolucionário, e o Jesus Cristo criado pela religião católica. Vale a leitura.

Kenneth