segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Dois contra a multidão

Hoje, tive a felicidade de enfrentar o maior congestionamento matinal de minha vida. Ele começava basicamente na esquina de minha casa. Consultando o Google Maps, observei que moro a cerca de 4,5 quilômetros de meu local de trabalho. De todo esse trajeto, apenas meio quilômetro foi feito fora do congestionamento. O jeito foi aumentar o volume do som e curtir a música.

Sei que o problema se origina em uma retenção dos veículos na Av. Pedro Álvares Cabral, mas meu amigo que costuma dizer que o requisito essencial para trabalhar no trânsito de Belém é ser retardado mental me informou que o verdadeiro motivo da novidade é a ação... da AMUB!

Ele passa diariamente pelo local, por volta das 7h da manhã, quando o volume de tráfego é menor, e atesta que, mesmo nesse horário, a confusão já está armada. Tudo porque criaram mais uma faixa de pedestres na Pedro Álvares Cabral, cerca de cem metros após a primeira. Em cada uma delas está um agente de trânsito que, gentilmente, auxilia os transeuntes a atravessar. Até aí, tudo bem, não fosse o fato de que eles não esperam acumular um grupinho; param o trânsito nem que seja para passar uma pessoa de cada vez. Resultado? Quase dois quilômetros de engarrafamento. Está bom para você?

Gestão do trânsito pede inteligência. Não se pode impor a ditadura dos veículos motorizados, mas não se pode criar uma distorção para o lado oposto, porque dentro de cada veículo estão seres humanos. E, como sempre, lembro que o ódio de muitos contra o automóvel particular obnubila o fato de que o transporte público também é afetado. Obviamente, os ônibus ficam parados tanto quanto os automóveis  e com maior desconforto.

Vale destacar, ainda, que engarrafamentos são péssimos para o ar, porque os veículos parados, liberando monóxido de carbono, geram uma ilha de poluição. Ninguém sai ganhando.

Se essa passará a ser a nossa realidade diária, Deus tenha piedade de nossas almas.

Acréscimo em 3.9.2013:
É, tudo indica que será nossa realidade, mesmo. Ao menos até o dia em que o tal BRT entrar em operação (se...) e a malha viária for liberada de obras, momento em que os veículos talvez deixem de evitar a Augusto Montenegro e a Almirante Barroso, diminuindo um pouco o tráfego na Pedro Álvares Cabral.

Acréscimo em 17.9.2013:
A primeira faixa de pedestre foi apagada. Sem dúvida, para desconforto dos moradores daquela região, que continuam atravessando exatamente no mesmo ponto, dado o costume de anos. Aposto que muitos ainda nem se deram conta de que a faixa foi apagada. Para atravessar com segurança, agora é preciso caminhar uma distância que certamente será havida por inconveniente. Seja como for, o engarrafamento não diminuiu.
E a qualidade de vida se esvai...

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