Em menos de três horas, o mês de setembro estará terminado e, junto com ele, três quartos do ano. Começa a impressionar. Afinal, no Pará o mês de outubro é muito preguiçoso, por causa dos efeitos do Círio. Por aqui, costuma-se dizer que depois do Círio o ano acaba. Não me sinto assim e de certa forma a docência me impede de ter essa sensação, porque se trata de um trabalho contado dia a dia. Temos que planejar cada aula, ministrá-la, e particularmente contar cada dia no calendário, para dar conta das atividades com prazos pré-determinados.
Para mim, a vida é assim: um dia de cada vez. O tempo flui, escoa, mas cada dia é tão longo (exceto os finais de semana!) que não consigo achar que foi rápido. Eventualmente, tenho essa sensação olhando para trás.
As imprecisões do tempo são sentidas com mais dureza quando nos tornamos pais. Mal a minha filha nascera e muitas pessoas, muitas mesmo, me disseram para aproveitar, pois o tempo voaria. Eu e Polyana duvidamos. Era tanta novidade, esforço e preocupação, cedo surgiu o drama da alimentação (Júlia não é muito de comer) e logo vieram as doenças prolongadas. Parecia que tudo se arrastava. Mas aí veio o segundo ano, o terceiro... De repente, demo-nos conta: o tempo simplesmente desaparecera ante nossos olhos! Faz-nos pensar em como será daqui por diante. Chega até a estimular uma sensação prévia de perda. Nada bom isso.
Mas, enfim, deixemos setembro ir. Outubro nos trará outros encantos. Espero que sejam muitas as alegrias e realizações para todos nós.
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