sábado, 25 de fevereiro de 2012

Égua da imprensa!

A imprensa brasileira precisa tratar urgentemente a sua desesperada sede de sangue, de tragédia, de sofrimento, antes que a psicopatia aflore de vez e fique fora de controle. Acabei de ver um vídeo no qual um grupo de jornalistas entrevista o Cel. Moraes, do Corpo de Bombeiros, sobre o acidente aéreo que matou três pessoas hoje, poucos minutos após alçar voo do Aeroclube de Belém.

A certa altura, uma jornalista pergunta sobre o estado dos corpos. Sensato e humano, o bombeiro responde que "fica complicado falar; a gente respeita os familiares". Mas a dita-cuja insiste: "Estão carbonizados?"

Jesus Cristo! Que parte da declaração de respeito essa mulher não entendeu?! Por acaso, isso que é informar?

4 comentários:

Ana Miranda disse...

Ainda bem que meu filho trabalha no caderno de cultura...

Yúdice Andrade disse...

Ainda bem, mesmo. Essa parte do jornal costuma ser mais honesta.

Leo Nóvoa disse...

Limitação à atuação jornalística não significa censura, como ventilado aos montes por aí. A verdade, professor, é que deveria ser posto em debate uma limitação neste país, de forma a promover um jornalísmo engajado, sério, apolítico e sem sensacionalismo barato como vemos hoje.
Um abraço!

Yúdice Andrade disse...

Qualquer ideia de limitação, por mais restrita e sensata que seja, desperta a fúria dessa gente que se considera acima do bem e do mal, Leo.
Penso que o ideal seria o desenvolvimento da ética na própria sociedade. Mesmo sem leis limitadoras, os maus jornalistas se veriam compelidos a agir com decência e qualidade, sob pena de rejeição e risco de desemprego. Mas aqui qualquer picareta pode bater no peito e gritar que tem credibilidade.