segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Lost que o diga...

Tanta propaganda, investimento, material distribuído, coletiva, festa com bolo e... a sensacional, fabulosa, inacreditável e impressionante série "Breaking Bad", que tanto sucesso fez nos EUA, anda fazendo água no Brasil. Não é de se admirar. Não é de hoje que seriados considerados "o máximo" pela crítica, cultuados como religião e elogiados como o suprassumo da vida inteligente dão com os burros n'água quando exibidos no Brasil...

Fonte: http://f5.folha.uol.com.br/colunistas/ricardofeltrin/2014/01/1405309-ator-highlander-e-salvo-pela-globo-com-cacamba-acolchoada-em-amor-a-vida.shtml

O colunista não disse, mas parece que ele quer sugerir alguma conclusão a partir dos dados acima. Uma crítica ao nível cultural do telespectador brasileiro, decerto?

Não entrarei, como nunca entro, nessa pressuposição tola de que quem assiste TV é idiota; ou de que quem assiste à Rede Globo é idiota; ou de que quem vê novela (incluam-se os seriados, porque também são teledramaturgia) é idiota. A mesma televisão que me deixou burro, muito burro demais também já produziu feitos memoráveis, de grande qualidade em todos os sentidos, de valor artístico mesmo.

E quando se aposta em roteiros mais inteligentes e tramas mais profundas, o público responde positivamente, também. Talvez o caso mais recente seja o do seriado Sessão de terapia, da GNT, que não é leve, nem engraçado, nem cheio de ação, nem padece de qualquer das reprimendas habituais dos intelectuais de orelha de livro. E é um sucesso de público e crítica, a caminho de sua terceira temporada.

De maneira semelhante, fala-se que a música paraense está chafurdada na lama, empenhada na busca dos lucros fáceis de produtos popularescos e imbecilizantes, etc. Mas quando acontecem os grandes espetáculos de música erudita, o teatro lota. Sempre. Ou seja, há público para tudo, no teatro, na música, na TV, no cinema. Resta saber em que se quer investir. Compreendendo-se isso, pode-se dar um tempo nesse insuportável complexo de vira-lata, segundo o qual precisamos ser toscos e limitados simplesmente porque somos brasileiros.

Dessa conclusão, eu fora.

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