sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Contra a dublagem
Começa que eu não tenho preguiça de ler. Mas, acima de tudo, quero ter a oportunidade de conhecer a obra como ela realmente foi feita. Isto inclui não apenas a interpretação dos atores, mas a própria edição do som original (ainda que haja uma faixa de som exclusiva para as vozes). Infelizmente, é a preguiça que está ditando o novo estilo. Cheguei a pensar que havia alguma determinação oficial nesse sentido, mas quando procurei informações a respeito, descobri com pesar o que temia: segundo reportagem de 2012, que li, a questão é mesmo de mercado.
A dita reportagem informa que, segundo pesquisa do Datafolha, 56% dos entrevistados prefere filmes dublados! Certos filmes são lançados com 2/3 de cópias dubladas e estas faturam mais. As trevas estão dominando.
O drama se estende à TV a cabo, que muitas vezes exibe programas sem a opção do som original. De novo, muitas vezes fico sem assistir. E nem adianta reclamar que isso é coisa de país subdesenvolvido. Pelo contrário: trata-se de uma tendência mundial. Em países como Alemanha e Itália, raro é encontrar uma sessão legendada. A França age de modo semelhante, para valorizar o próprio idioma. Na Espanha (1941), atitude semelhante foi decretada pelo ditador Francisco Franco e durou cinco anos.
Sabemos que existem pessoas com necessidades especiais ou simplesmente analfabetas (esta última uma realidade que deveria, mas ainda não foi erradicada). Em respeito à igualdade de oportunidades, não proponho a limitação de dublagens públicas somente aos filmes infantis. Isso seria tolice. O que proponho é o equilíbrio, para quem leitores e ouvidores tenham idêntico acesso ao lazer. É inaceitável que certos filmes não ofereçam dublagens nem em sessões tardias, que normalmente não são frequentadas por crianças e idosos.
Enfim, o filme que quero ver ainda conta com algumas sessões legendadas. Mas já não posso escolher o cinema como antes. Triste.
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Um comentário:
Além de tudo, uma imensa e trágica falha de Educação. As pessoas não conseguem ler as frases rápidamente e nem bem estão na metade em seu tatibitate e já há outra fala. Um absurdo monumental.
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