Enquanto os políticos gastam fortunas do meu, do seu, do nosso dinheirim pagando marqueteiros caríssimos e nem sempre eficientes, a tal
voz rouca das ruas revela mentes criativas e inteligentes, capazes de transmitir mensagens de modo lúdico e efetivo.
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Foto de Bruno Carachesti |
Veja-se o caso dos moradores da Terra Firme, indignados com a interdição de um posto de saúde, motivado pelo encontro de um rato morto no prédio. Assustador, não? Pois a comunidade diretamente afetada pelo problema realizou, ontem,
uma caminhada pacífica e bem humorada, com direito a enterro simbólico do murídeo falecido.
O evento foi batizado de "ato do rato". Aprendam, marqueteiros caríssimos: preciso, objetivo, marcante e, acima de tudo, exprime exatamente o que a manifestação era. A repetição fonética ajuda a fixar a ideia na cabeça. Você escuta "ato do rato" e não se esquece mais.
Agora veja o cartaz que o manifestante carrega na imagem. Dá um
slogan simplesmente perfeito: "Se o rato morreu, imagina eu"! Em uma única frase, foi sintetizada a preocupação com a saúde pública. Todo mundo entendeu. E ninguém pagou rios de dinheiro por isso.
2 comentários:
Meu respeito e admiração pela comunidade da Terra Firme. Só pra lembrar, o posto de saúde em questão foi reformado depois que a comunidade organizou abaixo-assinado e o destinou ao MP que obrigou o secretário de saúde da época, Sérgio Pimentel, a realizar as obras, que foram feitas a toque de caixa para que o secretário e o prefeito não fossem presos ou processados. Apesar de ouvir de pessoas desinformadas e/ou preconceituosas que a TF é um bairro "violento e perigoso", digo que tenho orgulho do bairro em que moro há 13 anos e nunca fui incomodado. Parabéns a esta comunidade criativa e lutadora!
É importante desenvolvermos afetividade pelo lugar onde vivemos, das 9h28. Isso sem dúvida melhora a nossa vida. Fico feliz de saber que esses 13 anos foram bem aproveitados no bairro.
Agradeço, também, pelas informações que me trouxe, que tanto servem para qualificar ainda mais os moradores da Terra Firme, quanto para ratificar, uma vez mais, o que foi a gestão do tal de Costa, de tristíssima e deplorável memória.
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