A tecnologia de comunicação via Bluetooth permitiu o surgimento de dispositivo que, acoplado junto ao ouvido humano, permitia o uso do celular sem o uso constante das mãos. Começava a era hands free, extremamente importante para a indústria automobilística, já que hoje as pessoas são física e mentalmente dependentes do celular, mas é proibido o seu uso durante a condução de veículos.
Abstraindo-se a breguice daquele aparelho enfiado na orelha (que muita gente ostentava com orgulho, conversando ostensivamente pela rua), foi um avanço em termos de segurança no trânsito. Depois a tecnologia melhorou e, hoje, populariza-se o uso do viva-voz pelo sistema de áudio do automóvel. Uma comodidade que eu, particularmente, acho ótima, porque teclas no próprio volante me permitem atender e desligar, sem desviar a atenção da direção (embora permaneça o problema de originar a chamada).
Pensávamos que era seguro voltar para a água, mas eis que um estudo realizado pela Universidade de Utah, por encomenda da American Automobile Association, veio jogar muita água fria sobre nossas cabeças. Segundo a pesquisa, a tecnologia hands free não apenas não resolve o problema como o agrava!
Embora eu seja muito permeável a argumentações científicas, recebo a notícia com reserva. Até segunda ordem, penso que a distração provocada pelo aparato de comunicação se tornará perigosa na medida em que as pessoas sejam tolas, alheias às necessidades de segurança — o que, reconheço, infelizmente é o mais comum. Ainda acredito que um mínimo de bom senso pode tornar essa tecnologia nossa aliada. Não dá para ficar namorando telas de sistemas multimídias com o pé no acelerador. Mas um bom usuário pode dirigir com muito segurança e eficiência, ancorado nesse valioso suporte.
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