domingo, 18 de agosto de 2013

Não sou periquito!

Adoro maracujá, fruto do qual se faz o meu suco favorito. No entanto, eu detesto, detesto de verdade, mastigar sementes. Aliás, não existe nenhuma razão plausível para comer sementes de maracujá. Mas até onde sei, há motivos para descartá-las. Afinal, são feitas de material não digerível pelo organismo humano e, se não forem excretadas, podem acabar se acumulando no apêndice e mandando o esperto para o hospital. Se esta afirmação não for correta, por favor alguém me corrija.

Questões de saúde à parte, considero comer sementes de maracujá algo sem sentido, além do gosto horroroso. O título desta postagem alude a minha incapacidade de ingerir sementes em geral, inclusive algumas que possuem, de fato, valor nutricional.

Esta imagem não mostra a minha refeição.
Trata-se de um prato de salmão ao molho de maracujá,
obtido pelo Google Images.
Ocorre que, em um trágico dia, algum inteligente inventou que toda e qualquer receita à base de maracujá precisa incluir as sementes, na hora de servir. Já repararam? O desgracento inventou a moda e o mundo inteiro acreditou. O resultado é que, hoje em dia, se a iguaria leva maracujá, lá estão as sementes pintando tudo!

O cara pensa o quê? Que se as sementes não estiverem lá, nós duvidaremos dos ingredientes utilizados? Eu juro que não! Juro que acredito que o prato foi feito com maracujá, sem reclamar!

Hoje, estive em um restaurante e pedi filhote ao molho de maracujá. Eu sabia o que viria, inevitavelmente, consequência de inúmeras experiências anteriores. Mesmo assim pedi. O fim da noite já se pode imaginar: mal saboreei o peixe, que por sinal estava bastante saboroso. Passei quase o tempo inteiro catando sementes e praguejando mentalmente. O pior é que o molho é bom demais, por isso não vale a pena desistir dele. Mas a idiossincrasia universal dos pontinhos pretos está lá, para acabar com a felicidade...

Custa os cozinheiros fugirem dos clichês? Custa?! Enquanto o mundo não muda, vamos evitando os cremes e raspando a parte de cima dos quadradinhos de maracujá. O que é uma lástima.

7 comentários:

Anônimo disse...

Uma curiosidade, tendo em vista que vários dos seus leitores já devem ter retirado o apêndice: o que acontece com as sementes com quem não tem mais apêndice? Alguma ideia?

Yúdice Andrade disse...

A boa notícia é que as sementes não têm mais onde se acumular, então se trata de um problema de saúde que não se repetirá mais. Pelo menos isso.

Anônimo disse...

Da série "Blog também é cultura e agricultura" :

Usando os meus modestos conhecimentos de Engenheiro Agrônomo, sugiro que você coma bananas, que não têm sementes(as espécies comestíveis), já que é um fruto partenocárpico, cujo ovário amadurece bem antes do óvulo poder ser fecundado, o que impede que tenham sementes.

Quanto ao filhote ao molho de maracujá(que devia estar delicioso), peça para coar.

Kenneth

Anônimo disse...

Acho que esse enorme problema se resolve pedindo ao garçom que o molho venha sem sementes.

Decerto um simples coador resolve essa mácula tremenda.

Yúdice Andrade disse...

É, meus caros, reconheço que esse é mesmo um "enorme problema"! Mas não sei se, no bom atendimento que costumamos receber aqui em Belém, haveria boa vontade quanto ao pedido de coar o molho. Temo que saiam as sementes e entre a saliva...
Brincadeiras à parte, o meu momento desabafo não se explica pela chatice de catar sementes, mas por minha irresignação em relação a uma prática que considero sem sentido. Práticas sem sentido não me descem.

Anônimo disse...

Faço a mesma pergunta em relação ao cravo-da-
India nos docinhos. Será que só eu não gosto daquilo e todo mundo gosta?

Yúdice Andrade disse...

Eu também não gosto, das 10h02. Por isso, sempre retiro também. Mas pelo menos é um cravo só e fácil de retirar. Mas admito que seria mais simples se ele não fosse colocado. Sabe como é, as pessoas comem primeiro com os olhos, então existe essa preocupação em enfeitar o doce.