quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Como um assunto interessante se perde por conta de uma reportagem mal feita

Cotidiano: Após 27 anos, Justiça concede liberdade ao cabo Bruno

A Justiça de Taubaté, no interior de São Paulo, concedeu indulto para Florisvaldo de Oliveira, conhecido como Cabo Bruno. Condenado a 120 anos de prisão, ele cumpriu 27 anos e deverá deixar a Penitenciária de Tremembé ainda hoje.
Ex-policial militar de São Paulo, cabo Bruno foi acusado de chefiar um esquadrão da morte, que atuava na periferia da capital paulista na década de 80. Mais de 50 assassinatos foram atribuidos a ele. Em 2009, o advogado pediu a progressão da pena - do regime fechado para o semiaberto.

Exames criminológicos apontaram o bom comportamento do preso, que vinha atuando como pastor na penitenciária. Na semana passada, o promotor Paulo José de Palma, responsável pelo processo de cabo Bruno, encaminhou um parecer favorável ao indulto, para a decisão final da Justiça de Taubaté.

1. Não existe "progressão da pena", e sim progressão de regime penitenciário. Mau passo, mas dá para entender. Chama a atenção, porém, que um pedido dessa natureza demore 3 anos para ser apreciado.

2. Indulto é coisa completamente distinta de progressão de regime. O advogado pediu uma coisa e o juiz concedeu outra?

3. Existem dois tipos de indulto: o total (exclui o saldo da pena) e o parcial (reduz a pena). Na segunda hipótese, não necessariamente o apenado seria posto em liberdade.

4. Que espécie de liberdade foi concedida ao Cabo Bruno?

Para um leigo, a notícia passa em brancas nuvens, restando provavelmente apenas uma carga valorativa. Mas para quem conhece um pouco do assunto, resta uma grande confusão.

2 comentários:

Anônimo disse...

Antes de ser preso, cabo Bruno esteve por Belém, e com outro nome andou perseguindo minha cunhada para namorá-la, até que saiu uma notícia na TV de que ele fora preso, era procurado por homicídios em São Paulo. Todos o reconheceram na reportagem. Foi um quiprocó danado, a família da minha sogra ficou apavorada. Até hoje não casou, rsss...

Fred

Yúdice Andrade disse...

Que sorte ela teve, não, Fred? Antes só do que casada com um sujeito desses. Poderia ser o n. 51, uma hora dessas...