quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Imposto Para Imbecis

Amigo meu aproveitou que, no feriado estadual de ontem, todas as concessionárias estavam abertas e tentou resolver sua pretensão de trocar de carro, aproveitando a redução do IPI (aqui, no sentido original, imposto sobre produtos industrializados).
A primeira visitada foi da bandeira Honda. O simpaticíssimo vendedor tentou empurrar um Civic, dizendo que a versão de entrada custava 71 mil reais. Meu amigo estranhou e mencionou uma publicidade da semana anterior, oferecendo o mesmo carro por 64 mil. Aí começou a fase do "veja bem", a das letrinhas miúdas. Segundo o vendedor, eles estão vendendo muito e, por isso, existe lista de espera. E como o carro será entregue depois de agosto, então já estão vendendo com o preço novo!
Meu amigo, também advogado, do alto de seu quase metro e noventa de altura, irritou-se e perguntou se o vendedor o considerava imbecil. Afinal, desde que o veículo seja faturado até 31 de agosto, não faz a menor diferença quando o mesmo será entregue ao comprador. Logo, estão enganando o consumidor.
Furioso, meu amigo foi embora e fez a segunda tentativa, numa concessionária Peugeot. Nela, o preço correspondia ao anunciado na TV. Mas também havia letras miúdas. Por aquele preço, o carro era 2011/2012; quem quisesse 2012/2012, o preço, claro, seria maior. Sem falar que já tem gente por aí vendendo carros 2012/2013. Em suma, indiretamente, também estavam enganando o consumidor.
Percebendo que o desfecho do dia não seria nada bom, meu amigo preferiu voltar para casa e postergar uma decisão. Mas já foi avisado que não tem para onde correr. Em todo lugar há um pulo do gato para ferrar conosco.
E isto para o povo de um país onde, sem letras miúdas, os carros já são vendidos a preços absurdos.

2 comentários:

Ana Miranda disse...

Imagine, a mim, pobre mortal, com um metro e meio, uma pessoa normal??? (já que não sou advogada, eh...eh...eh...)

Aí, sim, seria ludibriada com gosto pelos vendedores.

Yúdice Andrade disse...

E a maioria será, de fato, Ana. Talvez não numa loja com carros nessa faixa de preço, mas numa mais popular, certamente. É assim que se ganha dinheiro, neste país de espertos.