quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Dois (premiados)

Sempre gostei muito deste poema:

Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena
Como teus olhos são claros
E a tua pele, morena
como é azul o oceano
E a lagoa, serena

Como um tempo de alegria
Por trás do terror me acena
E a noite carrega o dia
No seu colo de açucena

— sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena.


Trata-se de uma composição de Ferreira Gullar, poeta maranhense de 81 anos, que ontem recebeu o Prêmio Jabuti de melhor livro de ficção do ano de 2011 Em alguma parte alguma, poesias inéditas editado pela José Olympio.

Ao seu lado, o jornalista paranaense Laurentino Gomes, agraciado com o mesmo prêmio, porém na categoria melhor livro de não-ficção — 1822, continuação do projeto que trouxe a lume o famosíssimo 1808, também vencedor do Jabuti (2008). Nas duas obras (a primeira muito melhor), o autor promove uma importante revisão de nossa História, desmistificando as besteiras que aprendemos em sala de aula. Talvez por isso sua vitória tenha sido tão aclamada.

Começamos dezembro, então, com poesia e celebração da boa literatura.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1014776-ferreira-gullar-e-laurentino-gomes-vencem-premio-jabuti.shtml

Já falei um pouco sobre 1808 (aqui) e 1822 (aqui e aqui).

2 comentários:

Frederico Guerreiro disse...

Guardadas as proporções, ao começar a ler o poema, sem ver o texto abaixo, me lembrei de um companheiro poeta de Macapá que há muito não aparece nos nossos blogs.
Vou procurar saber mais sobre Gullar, quem sabe ele me relaxa o peso da leitura jurídica.


p.s.: ontem fui bater no posto médico do TJ, fui atendido por um enfermeiro e por uma médica, Dra. Suely, que me solicitou uma bateria de exames para investigar meu mal estar e palpitações.

Yúdice Andrade disse...

Verdade, Fred. Nosso amigo poeta me explicou, certa vez, que a internet no Amapá é tão ruim que ele se viu forçado a abdicar da blogosfera. Que absurdo!
A médica em questão me atendeu diversas vezes ao longo deste ano repleto de doenças. Somos quase amigos de infância!
Saúde, meu amigo.