No começo da noite de ontem, uma alegria tomou conta dos colegas professores. Soube por meio deles que a 5ª Vara da Justiça Federal condenou um alvo óbvio, Duciomar Gomes da Costa, por improbidade administrativa. A sentença implica na devolução de uma quantia milionária aos cofres públicos, em multa de 50 mil reais, na suspensão dos direitos políticos por 5 anos e suspensão do direito de contratar ou receber recursos públicos por 3 anos.
Este é o resultado de apenas um de seus mais de 40 processos, alguns dos quais criminais.
Apesar do otimismo de um colega, segundo o qual nós devemos comemorar a vitória em cada batalha, fiquei impassível com a notícia. Honestamente, ela não me trouxe nem o menor laivo de satisfação. Virão os recursos e a sentença levará anos e anos para transitar em julgado. Se a condenação um dia se tornar definitiva, ainda assim duvido que seja cumprida. Nesse meio tempo, o honorável político acabará sendo eleito para algum outro cargo, adquirindo foro privilegiado e com isso não se chegará a lugar algum.
A decisão de ontem é melhor do que nada. Mas se o cidadão não for parar atrás das grades, não me interessa. Enquanto isso, sabe-se lá por onde o malsinado anda. Ele já não parava muito por aqui quando ocupava o cargo de prefeito, imagine agora. Está em algum lugar do mundo torrando dinheiro.
Enquanto isso, na Itália, uma das figuras mais absurdas do mundo, Silvio Berlusconi, perdeu o recurso interposto e continua condenado a 4 anos de prisão, por sonegação de impostos e elevação artificial dos preços de filmes cujos direitos de distribuição pertenciam a uma empresa de sua propriedade. O revés aqui é maior, porque se trata de uma decisão de segundo grau.
Berlusconi segue respondendo a uma segunda ação penal, na qual é acusado de ter mantido relações sexuais com uma prostituta adolescente e usado sua influência, pois na época era premiê do país, para beneficiá-la. Na época, ele declarou à imprensa: "Nunca disse que sou santo".
Eis aí uma grande verdade: esta postagem não fala sobre santos. Fala, talvez, sobre bestas, no sentido demoníaco da palavra, ou no sentido de bestas quadradas, que somos nós, o povo.
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