Quem diria, mas já faz quase 5 anos que publiquei uma postagem anunciando a criação da Turma da Mônica Jovem. Falei de minha curiosidade quanto à nova linha editorial, da intenção de fazê-la voltada para o público adolescente e de meu prognóstico de que venderia bastante.
O fato é que nem o próprio Maurício de Sousa esperava o sucesso que veio, como ele admitiu em mais de uma ocasião. A Turma da Mônica Jovem se transformou no maior sucesso editorial do Brasil, tornando-se da noite para o dia a revista mais vendida do país. Mas isso se deveu, em parte, ao fato de que as crianças passaram a consumir a publicação, que originalmente não lhes era destinada. O resultado foi que a Maurício de Sousa Produções se viu obrigada a mudar a concepção do projeto, abandonando os temas e as abordagens mais elaboradas e permanecendo num plano passível de interlocução com a petizada.
Isso explica, em parte, como é possível que jovens na casa dos 15 anos, vivendo em nossos tempos repletos de tecnologia e interações mundiais (e até interplanetárias), sejam ingênuos, bobocas mesmo, num nível irreal. Acho que a família Sousa desistiu de falar de gravidez na adolescência.
O preço dessa decisão foi que as revistas ficaram muito tolas. Mais valia ler as revistas originais, desbragadamente infantis. Pelo menos, eram mais coerentes. Em casa, compramos todas as edições da TMJ; não perdemos nenhuma. Contudo, aos poucos, a curiosidade foi cedendo espaço ao fastio e comecei a me desinteressar. Uma ou outra não terminei ou nem comecei a ler.
Sem dúvida, os roteiros centrados no cotidiano, em vez de aventuras espaciais ou estórias de monstros japoneses (que me irritam profundamente), mostraram-se melhores. Os próprios editores devem ter percebido isso, porque essa proposta tem prevalecido mês após mês.
E eis que a edição mais recente, de n. 57, chamada Veneno virtual, finalmente me agradou. Fala sobre alguém que cria um blog chamado "Castelo do Troll", cuja única missão é criar constrangimentos para os jovens do famoso bairro do Limoeiro.
O mérito desta edição é conseguir demonstrar, de forma realista e plausível, um pequeno recorte do mundinho em que vivemos, nos quais os jovens estão absolutamente dependentes da Internet e por ela desfilam temas fúteis, imbecilizantes e nocivos por outros motivos. Fala-se da perda da privacidade, da necessidade de atenção e da covardia de agredir sob anonimato.
A edição mostrou como as postagens do troll provocaram conflitos desnecessários, humilhação e tristeza, até mesmo para quem, a princípio, gostou de ser exposto. Um modo didático e eficiente, sem ser chato, de descrever essa realidade e mostrar que ela, definitivamente, não é nada boa.
A Turma da Mônica Jovem acertou a mão desta vez e está de parabéns. Revista guardada para quando Júlia for maiorzinha.
4 comentários:
Eu estava com duvidas mas agora eu tirei
Agora eu é que estou com uma grande dúvida: qual era a sua dúvida?
Era se,mauriso,ia falar sobre a gravides na adolecencia
... Mds, Eh Lgl E Tudo, Mas Tipo Vlh, Ñ Teve Muita Graça Tlg Tipo Qnd, Vs Le Coisas De Terror, Vs Praticamente Vai Quere Estah No Livro, Mas Esse Ai Affs 😒😒
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