quarta-feira, 30 de julho de 2008

A nova turma da Mônica

Os quadrinhos de aventura norteamericanos costumam seguir uma ordem cronológica. Para eles, o tempo passa de verdade, forçando inclusive a substituição do protagonista. De outra sorte, fatos marcantes viram edições antológicas, tais como a que contém a morte da Tia May (Homem Aranha) ou a morte do Super Homem. Já os quadrinhos infantis tendem a perenizar os personagens em sua doce infância. Entre nós, é o que se observa com os personagens de Maurício de Souza. Para eles, é até motivo de piada, frequentemente repetida, que os quatro principais nunca saiam dos 6 anos e comemorem incontáveis vezes o aniversário de 7.
Leio as revistas da turma da Mônica sempre que uma me cai nas mãos e gosto muito. Mas me dizia que, fosse eu o responsável, faria com que crescessem. A infância ficaria para trás, como na vida real, exceto em edições especiais. Duvidava, contudo, que Maurício de Souza fizesse isso. Para minha surpresa, não exatamente nesses termos, ele o fará. A turminha vai mesmo crescer, ganhar nova aparência e tratar de temas voltados ao público adolescente. Só que a Turma da Mônica Jovem vai coexistir com a tradicional.



Quem diria? A turminha cresceu, mesmo.


Agindo ou não por motivação comercial — explorar um rentável segmento de mercado —, a proposta me pareceu interessantíssima e já estou ansioso por comprar a primeira edição. Mas não gostei da opção de imitar o formato mangá, tanto na apresentação da revista (capa colorida e miolo em preto e branco) quanto na aparência dos personagens, que acabaram idênticos ao estilo japonês que, pessoalmente, muito me desagrada.
Maurício, parece-me, acaba cedendo demais ao apelo comercial, pois a cultura mangá é largamente disseminada e, portanto, o novo produto deverá vender bem. Outro dia ocorreu um encontro para amantes do gênero. Lamento que ele não tenha preferido conservar o seu traço peculiar e fazer a sua própria escola brasileira de quadrinhos jovens. Sei que posso ser execrado por dizer isso, mas realmente não gosto de mangás, seja por sua estética exagerada (é como Tóquio, com bilhões e bilhões de luzes piscando, numa poluição visual insuportável), seja pelo conteúdo que deixa os fãs assim meio... como direi... Bem, dê uma olhada num fã e entenderá o que quero dizer.
Espero que, ao menos no conteúdo, o mangá da Mônica acrescente algo de valor ao público, especialmente o jovem. Afinal, trata-se de um público que não lê nada além de, às vezes, aquele papelzinho no fundo das bandejas do McDonald's.

4 comentários:

Hellen Rêgo disse...

Olhaaa q bonitinho.
Eu quero um tbm...
onde vc achou isso Yúdice?
e a foto da Júlia?
to esperando ainda.
Abraços

Yúdice Andrade disse...

Só achei a reportagem, Luiza. A revista só será lançada em agosto.
Quanto às fotos de Júlia, virão aos poucos. Já explorei demais o começo de sua vida. Estou sendo cauteloso com a imagem. Abraços.

Anônimo disse...

Professor,
A Turma da Mônica me ajudou a aprender a ler e até hoje costumo comprar os gibis, adoro! Para certas coisas temo a mudança, e esta é uma delas. Acho que só "vendo para sentir" o mangá da Turma da Mônica, sem os traços tradicionais.. talvez isto venha a ser muito chocante para mim... aguardarei para constatar.

Bj

Polyana disse...

No portal da turma tem mais essa notícia:
http://www.monica.com.br/mural/animefriends.htm