Júlia foi acostumada (diz a mãe que por culpa minha) a que alguém a fizesse adormecer, deitado ao seu lado. Às vezes isso se torna um problema, quando estamos muito ocupados (professor entra pela madrugada trabalhando) e ela se recusa a dormir. Justamente por conta desses dias de maior agitação, desenvolvi uma tênica: sento-me ao lado da cama dizendo que só me deitarei com ela quando estiver sossegada. Devido a isso, é comum ela dizer coisas do tipo "eu já me comportei", "já estou quietinha", etc.
Ontem, apaguei a luz e me sentei. Júlia ficou um tempo calada e por fim anunciou que está estava quieta.
— E o que isso significa?
— Que você deveria deitar aqui comigo.
Obedeci imediatamente. Notaram? "Que você deveria deitar aqui comigo." Ela conjugou o verbo no futuro do pretérito e eu sempre adorei o futuro do pretérito.
Como pode essa criança, meu futuro do futuro, me surpreender e arrebatar tanto?
5 comentários:
Fico emocionada por ver que você está atendo a tudo que diz respeito à Júlia. E que não tem medo de sentir todas as emoções que tem direito a cada conquista que ela, mesmo sem notar, alcança.
Isso é que é ser pai!
Ela fala como ela ouve, se os pais falam corretamente, ela também fala.
Prepare seu coração para surpreender-se sempre e cada vez mais...
E garanto a você, fica muuuuuuuuuuuuuuuuuuuito melhor quando nossos filhotes crescem.
Tônia e Ana, já me preocupei mais com essa exposição de fatos e sentimentos, mas uma psicóloga me convenceu de que, para a geração atual, esse tipo de atitude soa bastante normal. Então me permito registrar esses pequenos momentos e dizer dos efeitos que provocam.
São lindos, são singelos, são meus. E como meus, acabam vindo ao blog, para compartilhar com as pessoas queridas que usufruem deles comigo. Abraços em ambas.
Que tal dar um irmãozinho para ela, então? Vais ser duplamente arrebatado.
Ainda não estou pronto para isso, Fred. E espero não ficar!
Postar um comentário