Achei simpática a atitude dos tribalistas Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown de fazer uma canção de apoio ao casamento gay, embora a tal canção fosse mais oportuna na França, onde as pessoas estão se estapeando na rua por esse motivo. Aqui no Brasil, apesar dos protestos (na verdade, concentrados num grupo muito específico de babacas), os tribunais superiores já autorizaram, o CNJ já regulamentou procedimentos e os cartórios já começaram a fazer.
A canção, assim, fica mais como uma forma bem humorada de combater o preconceito reinante. Útil, sem dúvida. Mas eu, honestamente, fico com medo de que alguém comece a cantar "Joga arroz" por aí.
Gente, a canção é insuportável! Brega, melosa, infantil e grudenta. E ainda tem uma batida que lembra axé. Qualquer garoto de periferia com um violão na mão e a capacidade de rimar Bartolomeu com Romeu poderia compor algo do mesmo nível. Estou falando sério: é ruim de quebrantar o espírito!
Não conheço a carreira de Arnaldo Antunes e sei que Carlinhos Brown sempre foi alternativão. Marisa Monte, no entanto, já foi diva e também minha cantora favorita. Depois virou uma chata de galocha. Eu comprava seus CD, escutava, não gostava e parava de ouvir. Só recentemente tive coragem de comprar O que você quer saber de verdade, que é de 2011, porque me encantei com a canção "Depois". Metade do disco é tolerável.
A cantora tem recebido, há vários anos, críticas atrozes sobre ter criado uma armadilha para si mesma ao inventar esse papo de ser eclética. Ficou tão eclética que perdeu o rumo do estilo. Seus discos são uma colcha de retalhos resvalando para a breguice total. Eu já vinha dando razão a essas críticas, assim como outros fãs. Mas com "Joga arroz" estou pedindo para descer do ônibus.
Insuportável. Se Deus quiser e me ajudar, é para nunca mais.
3 comentários:
rsrsrrsrs, concordo contigo. Se eu ganhasse na loteria eu pagaria cem mil reais só para o Reginaldo Rossi regravar "Amor I love you" e "Joga arroz" e mostrar a estes pretensos mudernos o quantos eles são incapazes de fazer até o autêntico brega"
Acho que a crítica é uma manifestação pessoal que adequadamente assinamos embaixo. Concordo em relação a crítica do jingle JOGA ARROZ, que aliás não foi criada com pretensão de se tornar hit radiofônico. No entanto, criticar Marisa Monte como um todo considero um pouco de exagero. Considero ela uma artista sincera, com um trabalho coerente, sempre com tendências pop pulverizada de inúmeras influências. Por mais que alguns não gostem ou "tentam ignorar" ela já entrou para a história como uma das maiores artistas do Brasil.
Parabéns pelo Blogger! Gosto muito das publicações daqui.
E certamente, na voz de Reginaldo Rossi, a canção ficaria com um jeitão autoral. Ninguém diria que não é dele!
Unknown, agradeço a informação de que o trio não pretendia lançar uma canção no mercado. Fiquei com essa impressão. No mais, ratifico que Marisa Monte é diva, é especial, tem seu capítulo próprio e belo na história da música brasileira e é como fã, exatamente como fã, que me manifesto no sentido de que ela me cansou. De modo algum disse, contudo, que ela deixou de ser boa. Apenas não toca mais o meu coração como antes.
Nesse meio tempo, eu me encantei com a força pop e invocada de Ana Carolina, mas esta também ficou proposta demais e acabou me cansando, também.
No final das contas, Adriana Calcanhotto foi mais regular e constante em minha vida. Gostaria que ela variasse um pouco o seu tom monocórdico, mas vejo nela uma compositora espetacular, além de apreciar o seu estilo ensaiado de se apresentar. Por isso a mantenho no meu "top".
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