Hoje é o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, tema recorrente aqui no blog. Mas, como sempre, não temos o que comemorar. A bancada ruralista continua emperrando, com todas as forças e desculpas esfarrapadas, a apreciação da PEC que permitiria a expropriação de terras onde fosse constatada a prática infame. E como na política deste país tudo gira em torno das eleições, é pouco provável que os políticos queiram mexer num vespeiro desses em 2014, seja lá qual for a orientação deles. Os maiores beneficiados pela medida não decidem eleição. Mas os prejudicados podem fazê-lo, sim, ao menos em nível local ou regional.
Enquanto isso, as fiscalizações continuem constatando o óbvio e libertando pessoas, em um panorama bem sintetizado neste artigo aqui.
De quebra, o caso desvela os mesmos problemas crônicos da alma brasileira. Aqui, é fácil escutar alguém dizer que a polícia faz o seu trabalho e prende os vagabundos, mas o judiciário solta. Contudo, não escuto ninguém lamentando que o Ministério do Trabalho faz o seu trabalho, liberta pessoas escravizadas e autua os criminosos, mas ninguém é punido por isso, nem a legislação é corrigida, para assegurar a tutela necessária do direito.
Como sempre, dois pesos e duas medidas. Por que será?
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