terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O tema da terça

(Foto de um lugar qualquer da internet)
Não se pode dizer, de modo algum, que hoje seja um dia feliz para mim. Neste exato momento, minha mãe se encontra em uma clínica, para a primeira sessão de hemodiálise, procedimento que a acompanhará pelo resto da vida. Na verdade, há meses ela recebeu essa indicação terapêutica, mas com disciplina e a graça de Deus vinha mantendo em bons níveis a função real, a ponto de poder adiar o complexo tratamento.

Infelizmente, a necessidade de uma cirurgia importante, que implica em grande perda de sangue e portanto é um tiro direto nos rins cambaleantes, acabou com a nossa festa. Cirurgia marcada para o próximo dia 31, hemodiálise a partir de hoje, para garantir melhores condições para os rins quando chegar o ato cirúrgico propriamente dito.

Não há muito o que dizer. Há mais de uma década convivo com o fantasma da doença renal crônica, mas era uma convivência remota, imprecisa, que podia ser ignorada. Agora é uma realidade. Uma realidade que me assusta (pela óbvia preocupação com o bem-estar de minha mãe, mas também devido a todos os problemas do sistema de saúde do Brasil, incluindo a dependência de planos de saúde), e com a qual ainda não sei como lidar. Mas temos que aprender.

É possível, e não seria nada surpreendente, que eu esteja exagerando mas, enfim, é como me sinto agora. Não encontrei ainda o botão onde posso apertar e fazer as preocupação simplesmente sumirem ou, quem sabe, ganharem cores menos obscuras.

De coração, desejo um bom dia a todos.

***

Concluída a primeira sessão, no geral minha mãe está bem — fazendo-se de forte, como de hábito. Alegou apenas um pouco de tontura, mas nada inesperado. E sigamos adiante.

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