Charles Taylor, The politics of recognition
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Na trilha de uma dissertação
"A tese é a de que a nossa identidade é em parte formada pelo reconhecimento ou pela ausência deste. Muito frequentemente, nos casos de falso reconhecimento (misrecognition) por parte dos outros, uma pessoa ou um grupo de pessoas pode sofrer um prejuízo real, uma distorção efetiva, na medida em que os outros projetam nele uma imagem desvalorizada e redutora de si mesmos. Não reconhecimento e falso reconhecimento podem infligir mal, podem ser uma forma de opressão, aprisionando alguém em uma forma de vida redutora, distorcida e falsa... Nessa perspectiva, não reconhecimento não significa apenas ausência do devido respeito. Ele pode infligir feridas graves a alguém, atingindo as suas vítimas com uma mutiladora autoimagem depreciativa. O reconhecimento devido não é apenas uma cortesia que devemos às pessoas. É uma necessidade humana vital."
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2 comentários:
Profundo, Yudice. Eu aprendi a viver sem reconhecimento.Me preparo sempre para não receber reconhecimento. Quem trabalha no serviço público e tem uma "OTORIDADE" como chefe sabe do que estou falando.É claro que se as pessoas reconhecerem nosso potencial e nos elogiarem pelas nossas ideias e iniciativas é muito bom, mas repito aprendi a não esperar reconhecimento.Estou voltando para a vida acadêmica e brevemente iniciarei o mestrado em Direito na Unama e espero que pelo menos lá, as pessoas saibam reconhecer o valor de seus semelhantes. No mais, irmão, força!Um forte abraço.Márcio Farias
É, meu caro, mas aí entras em um fator realmente complicado, que é esperar o reconhecimento dos outros. Eu não recomendo. O problema é que, no fundo, todos esperamos por ele, mas não se trata de uma prática saudável. Como ocorre em relação às demais expectativas que criamos para nossas vidas, essa também deve ser mantida em níveis bastante módicos; do contrário, a frustração será dolorosa.
Mas o mestrado pode te ajudar com isso. Quero acreditar que o meio acadêmico permite (não é que seja uma realidade, mas uma probabilidade) ao indivíduo mostrar e obter retorno pelos seus talentos. Eu, pelo menos, tento fazer meus alunos verem o que acertaram, em que são bons, etc.
Acredito que, a despeito de todo o verniz social, as pessoas acabam vendo quando o elogio não é merecido e quando o menosprezo é injusto. Uma hora as máscaras caem e as verdades afloram. Resta-nos escolher o que fazer com elas.
Abraço.
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