Grupo de católicas divulga manifesto para criticar postura da CNBB (O Liberal, hoje)
Ontem, enquanto a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançava a Campanha da Fraternidade deste ano, o grupo 'Católicas pelo Direito de Decidir' (CDD) fazia a divulgação de um manifesto abordando os pontos que considera contraditórios nas orientações da Igreja Católica. 'Uma das primeiras contradições nesse discurso pela defesa da vida está no fato da Igreja condenar o uso de preservativos, o que é preconizado pela Organização Mundial de Saúde para deter o avanço do vírus da Aids e salvar muitas vidas. Outro ponto é a Igreja condenar as pesquisas com células-tronco embrionárias, que poderiam ajudar muitas pessoas a ter uma vida melhor', disse a teóloga e doutora em Ciência da Religião, Yury Puello Orozco, uma das coordenadoras do CDD.
Em relação ao aborto, Yury diz que o CDD defende exatamente o que sugere o nome do grupo: o direito e a autonomia das mulheres de decidirem. 'A vida é um processo. Não se pode partir do discurso meramente biológico. Não é somente isso que define a vida humana. Uma das características que mais definem o humano é o pensamento, a capacidade do livre arbítrio. Em relação ao aborto, defendemos o direito das mulheres de decidir, e um Estado que contribua para isso. Para que as mulheres tenham atenção integral à saúde, que contem com o respaldo do Estado e da sociedade, contem com condições adequadas para isso, sem que suas vidas sejam colocadas em risco', defendeu.
Ex-chefe da maternidade da Santa Casa de Misericórdia e hoje consultora da Ipas-Brasil – Organização Não Governamental que defende os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres -, a ginecologista e obstetra Neila Dahas também tem um posicionamento crítico em relação à Campanha da Fraternidade de 2008, que ela acredita que poderá atravancar o andamento dos projetos de lei que tratam sobre a legalização do aborto no Brasil.
Para a médica, 'a Igreja tem todo o direito de pregar seus dogmas a seus seguidores. Só não acredito que ela tenha o direito de influenciar o Estado, já que o país tem um Estado laico e para cuidar da saúde existe um ministério que tem a competência para tomar decisões'.
'Os católicos que são devotos devem seguir as orientações da Igreja. Mas meu olhar sobre a questão é médico, voltado para a saúde das mulheres, seja física ou mental. Hoje, a estimativa é de que sejam realizados entre 800 mil e 1,5 milhão de abortos por ano no Brasil e que acabam levando a muitas mortes pela forma como são realizados. Ninguém sabe exatamente quantas, porque pela própria clandestinidade, isso é subnotificado. Por todas as coisas que presenciei, posso dizer que é muita leviandade dizer apenas ‘você é contra ou a favor do aborto, sim ou não?’. Em princípio, ninguém é a favor do aborto, o mundo é a favor da vida. Mas quando uma mulher chega a essa decisão, é numa situação de desespero, em que se vê num beco sem saída. E quando ela decide que vai abortar, ela faz, perdoe a Igreja ou não. Não se imagina o quanto chegavam lá mulheres com o útero perfurado, com infecção... Somos a favor da legalização como forma de reduzir a mortalidade e a morbidade das mulheres', disse a médica, que teve criação católica e afirmou já ter sido ameaçada de excomunhão por suas idéias.
A Igreja Católica certamente foi a primeira e a maior instituição global do mundo, assim entendida como tendo o propósito de dominar o mundo inteiro. Imensa como se tornou, evidentemente teria que enfrentar, em algum momento, dissensões internas, como sempre as possuiu e deve possuir cada vez mais, enquanto muda o mundo e a Igreja insiste em permanecer no mesmo lugar.
Eis aí uma demonstração, através da atuação de mulheres que se declaram católicas e que, se ganharem visibilidade, acabarão excomungadas. Uma coisa, contudo, é certa e já foi repetida à exaustão aqui no blog: religião não é assunto de Estado. Quem vai para o céu ou para o inferno não interessa. O que precisamos é de políticas públicas. Estas, sim, é que devem ser discutidas pela sociedade. Com argumentos laicos, técnicos, realistas e atuais.
11 comentários:
Fora a necessidade de que os problemas de saúde pública sejam enfrentados como questões de governo e não de religião - como bem afirmas - é saudável saber que ainda existe dissidência e crítica na Igreja Católica.
O ex-"cardeal Panzer" ainda dita sozinho as regras, mas há um contraponto inteligente à sua política conservadora.
Yúdice,
Eu concordo que o Estado é laico e que a Igreja Católica não pode interferir em questões de saúde pública.
Contudo, sou radicalmente contrário à distribuição de preservativos, pois isso nada mais é do que um incentivo à promiscuidade que corre solta na sociedade.
Também não sou favorável ao "direito de decidir", pois muitas mulheres brasileiras que engravidam sem planejamento têm baixa instrução e, obviamente, não possuem muito discernimento para decidir de forma consciente. Pode surgir, a partir daí, uma "indústria do aborto" muito mais perniciosa do que o próprio aborto clandestino.
Defendo - e sempre defendi - uma política séria de planejamento familiar, que contemple ações concretas de esclarecimento à população de todas as classes sociais, com especial ênfase nas classes menos favorecidas. A disciplina "Educação Sexual" deveria ser obrigatória nas escolas públicas, estaduais e municipais, ainda nos primeiros anos do Ensino Fundamental.
A solução é essa. Distribuir camisinha é como dizer, subliminarmente, "pode ser promíscuo, pode transar à vontade, que está tudo bem". Não é por aí que a sociedade vai encontrar o rumo da evolução que se busca há milênios.
Um forte abraço,
Adelino Neto
É por isso que eu não sou mais de igreja nenhuma. Tirei a religião da minha vida e me tornei livre de consciência e feliz.
Essas 'anacronices' é que dão cria aos ateus, graças a deus.
O Assunto é complexo, mais também vejo a situação como caso de Saúde Pública e não como religioso.Além do que, a Igreja Católica se tranca em um passado de omissão e atraso, cultivando dogmas que não se adaptam aos tempos de hoje.
Ontem, enquanto a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançava a Campanha da Fraternidade deste ano, o grupo 'Católicas pelo Direito de Decidir' (CDD) fazia a divulgação de um manifesto abordando os pontos que considera contraditórios nas orientações da Igreja Católica.
Conde-Há de se entender uma coisa: o movimento "Católicas pelo direito de decidir" não faz parte da Igreja Católica. Ela é um movimento satanista sediado nos Eua e tem como adeptos, militantes pró-aborto que se infiltram nas dioceses para causar confusão entre os católicos. Eu me impressiono com o prof. Yudice leva a sério essas fanáticas mentirosas, que usam de métodos desonestos para denegrir a Igreja Católica. Eu não creio que o Sr. Yudice defenda satanistas, mas devia pesquisar quais as procedências desses elementos estranhos infiltrados na Igreja. Até pq o movimento abortista é mentiroso até a demência. É cada psicopata que a gente fica perplexo de tantas mentiras nesse povo.
O Assunto é complexo, mais também vejo a situação como caso de Saúde Pública e não como religioso.Além do que, a Igreja Católica se tranca em um passado de omissão e atraso, cultivando dogmas que não se adaptam aos tempos de hoje.
Conde-O "dogma" da Igreja Católica é o direito inalienavel à vida. Tornou-se retrógrado defender a vida?
O ex-"cardeal Panzer" ainda dita sozinho as regras, mas há um contraponto inteligente à sua política conservadora.
Conde-O "contraponto inteligente" é uma seita de satanistas infiltradas na Igreja. Que patético!
Hoje, a estimativa é de que sejam realizados entre 800 mil e 1,5 milhão de abortos por ano no Brasil e que acabam levando a muitas mortes pela forma como são realizados. Ninguém sabe exatamente quantas, porque pela própria clandestinidade, isso é subnotificado. Por todas as coisas que presenciei, posso dizer que é muita leviandade dizer apenas ‘você é contra ou a favor do aborto, sim ou não?’.
Conde-Essa estatística é falsa e mentirosa. Os dados do SUS retratam duzentos mil abortos anuais, entre os quais, a maioria esmagadora é de abortos espontâneos. Isso pq as estatísticas são bastante vagas a respeito. Aliás, se tivéssemos um milhão de abortos anuais, o aborto seria uma praga maior do que o número de homicidios, que é vinte vezes menor do que o número de abortos tão alardeados pelas "católicas" pelo direito de matar. Mais notícias sobre as "católicas" assassinas e mentirosas, é só pesquisar neste site.
http://www.providafamilia.org.br/doc.php?doc=doc90380
Eis aí uma demonstração, através da atuação de mulheres que se declaram católicas e que, se ganharem visibilidade, acabarão excomungadas. Uma coisa, contudo, é certa e já foi repetida à exaustão aqui no blog: religião não é assunto de Estado.
Conde-Esse pessoal presumoe que a lei e a moralidade estatal estão acima dos valores consagrados pela religião e pela moral elementar. Se o Estado decidir que os judeus devem ser massacrados, ou mesmo os católicos, ou, enfim, negar a proteção à vida do nascituro, esse pessoal só faltará elevar o Estado laico como uma espécie de bezerro de ouro! Valha-me Deus!
Amigos, tentarei comentar de uma tacada só, tomando por base as colocações do Oráculo da Música (que interessante!).
1. Faço questão de começar dando razão ao Oráculo num ponto: de fato, não procurei informar-me sobre quem são as tais "Católicas pelo direito de decidir" e, reconheço, é meu dever aprofundar minhas informações antes de postar algo que dê a entender a minha concordância a respeito. Recebo com gratidão sua crítica e tomarei mais cuidado doravante.
2. Pessoalmente, não afirmei que o movimento pertence à Igreja e nem entendi dessa forma. O que me pareceu foi que se trata de pessoas irmanadas por sentimentos comuns, que pretendem conservar a condição de católicas mesmo pensando em oposição aos dogmas católicos. Se são satanistas, confesso que ainda ignoro. Mas pondero que ativistas religiosos (não digo que é o seu caso) costumam chamar de satanistas ou afins quem vai contra esses dogmas. Pode ser uma classificação exagerada.
3. Não sou satanista, nem tenho pelo movimento qualquer simpatia. Também não sou favorável ao abortamento voluntário, mas já revelei minha concordância nos casos de anencefalia e outros agravos que tornem inviável a vida do bebê. Sou a favor da vida, inclusive da dos fetos, mormente agora, que estou esperando um filho.
4. Eu não levei a sério o movimento em apreço. Apenas reproduzi uma nota de jornal e disse que elas podem ser excomungadas por isso. No mais, defendi meu ponto de vista quanto à ação dos governos. Não fiz nenhum comentário de cunho religioso, portanto você não tem com o que se impressionar. Não me atribua uma postura que não tive. Não conheço essas senhoras; logo, não vou levá-las a sério nem rechaçá-las de imediato. Postar o assunto no blog é para chamar a atenção e permitir um debater, como este.
5. Sim, o movimento abortista usa argumentos falaciosos e absurdos. Concordo. Detesto a alegação de que a decisão é da "dona do corpo". Minhas concessões ao abortamento decorrem apenas de questões de interesse médico, insisto.
6. "Defender a vida" não é e jamais será retrógrado. Permita-me dizer que esse é um dos defeitos dos ativistas religiosos: não enfrentam o mérito dos argumentos. O que o Sérgio criticou foi o dogma católico, não o valor da vida. O problema é sustentar que todo mundo que discorde do dogma católico despreza a vida. Convenhamos, tal afirmação não é minimamente razoável.
7. Estatísticas são sempre perniciosas. Mas, pelo amor de Deus, não me dê como referência o Provida. Conheço o site, já li suas bases e, por favor, o conteúdo também não é confiável. Afinal, ele tem uma proposta de convencimento do público e, para tanto, diz o que achar preciso. Prefiro consultar dados oficiais. Se forem falsos, azar o meu. Mas dados de segmentos religiosos servem apenas aos fiéis.
8. Por pior que lhe pareça, num Estado laico, sim, as leis estão acima de quaisquer valores religiosos. Não sei o que é "moralidade estatal" e muito menos "moral elementar" que, presumo, é impossível definir. As religiões também costumam tomar seus postulados como verdades absolutas inscritas numa tal consciência universal. Lamento, mas isso é conversa. O que se pode chamar de "moralidade estatal" será sempre, obrigatoriamente, revelado por suas leis e deve espelhar os anseios da sociedade. Isso, claro, se o legislador honrar o mandato recebido. Sua hipótese dos judeus é absurda e não serve nem para fins de argumentação. Quanto aos direitos do nascituro, até onde sei, ninguém propôs acabar com eles, o que entretanto não ilide a possibilidade do abortamento, em certos casos.
Enfim, não concordo que o abortamento seja apenas uma questão de decisão da mulher ou da família. Afinal, como se pode decidir por outrem? Mas além do que já escrevi, há que se defender o direito de divergir e de emitir publicamente tal opinião. Portanto, que falem as sedizentes católicas ora rotuladas de satanistas. Elas têm o direito. E que escute quem quiser.
Pessoalmente, eu não as escutarei. São liberais demais para mim.
1. Faço questão de começar dando razão ao Oráculo num ponto: de fato, não procurei informar-me sobre quem são as tais "Católicas pelo direito de decidir" e, reconheço, é meu dever aprofundar minhas informações antes de postar algo que dê a entender a minha concordância a respeito. Recebo com gratidão sua crítica e tomarei mais cuidado doravante.
Conde-Gostei do argumento. Vc mostra ser uma pessoa honesta.
2. Pessoalmente, não afirmei que o movimento pertence à Igreja e nem entendi dessa forma. O que me pareceu foi que se trata de pessoas irmanadas por sentimentos comuns, que pretendem conservar a condição de católicas mesmo pensando em oposição aos dogmas católicos. Se são satanistas, confesso que ainda ignoro. Mas pondero que ativistas religiosos (não digo que é o seu caso) costumam chamar de satanistas ou afins quem vai contra esses dogmas. Pode ser uma classificação exagerada.
Conde-Na verdade, caro Yudice, infelizmente existem pessoas mal intencionadas que odeiam a Igreja e se passam por elas para difamá-las. De fato, eu pesquisei algumas fontes e realmente existe algum sentido para afirmar que as "Católicas pelo direito de matar", além de serem uma fraude, pq não comungam da fé católica, existem fortes indícios de envolvimento com seitas iniciáticas de magia negra. Aberrante, bizarro, mas é verdade.
3. Não sou satanista, nem tenho pelo movimento qualquer simpatia. Também não sou favorável ao abortamento voluntário, mas já revelei minha concordância nos casos de anencefalia e outros agravos que tornem inviável a vida do bebê. Sou a favor da vida, inclusive da dos fetos, mormente agora, que estou esperando um filho.
Conde-Meus parabéns pelo seu filho. Fico feliz pela pose de pai coruja.
4. Eu não levei a sério o movimento em apreço. Apenas reproduzi uma nota de jornal e disse que elas podem ser excomungadas por isso. No mais, defendi meu ponto de vista quanto à ação dos governos. Não fiz nenhum comentário de cunho religioso, portanto você não tem com o que se impressionar. Não me atribua uma postura que não tive. Não conheço essas senhoras; logo, não vou levá-las a sério nem rechaçá-las de imediato. Postar o assunto no blog é para chamar a atenção e permitir um debater, como este.
Conde-eu acho isso interessante, pq no final das contas, dá espaço para informar melhor as posições da Igreja e aquelas pessoas que falam muitas inverdades a respeito dela. De fato, eu dei uma dica a vc. Creio que vai pesquisá-la, e no final, vai enriquecer seu conhecimento. Um abraço!
5. Sim, o movimento abortista usa argumentos falaciosos e absurdos. Concordo. Detesto a alegação de que a decisão é da "dona do corpo". Minhas concessões ao abortamento decorrem apenas de questões de interesse médico, insisto.
Conde-Entendo. . .
6. "Defender a vida" não é e jamais será retrógrado. Permita-me dizer que esse é um dos defeitos dos ativistas religiosos: não enfrentam o mérito dos argumentos. O que o Sérgio criticou foi o dogma católico, não o valor da vida.
Conde-Devemos entender que "dogma católico" é defendido entre os religiosos para serem contra o aborto. Resposta: nenhuma verdade de fé em substancial, mas tão somente a idéia de que o direito a vida é algo que compete a todos nós.
O problema é sustentar que todo mundo que discorde do dogma católico despreza a vida. Convenhamos, tal afirmação não é minimamente razoável.
Conde-E creio que nem mesmo os católicos defendem essa posição. Veja, a Igreja defende a idéia da vida desde a concepção, o que é comprovada pela ciência. A preocupação básica da Igreja é proteger a vida de um inocente, e ela mesma nega o direito de alguém determinar quem deve nascer ou morrer.
7. Estatísticas são sempre perniciosas. Mas, pelo amor de Deus, não me dê como referência o Provida. Conheço o site, já li suas bases e, por favor, o conteúdo também não é confiável. Afinal, ele tem uma proposta de convencimento do público e, para tanto, diz o que achar preciso. Prefiro consultar dados oficiais. Se forem falsos, azar o meu. Mas dados de segmentos religiosos servem apenas aos fiéis.
Conde-Por incrivel que pareça, os dados a respeito do aborto realmente não são confiáveis. Acredite, o movimento pró-vida, com todos os defeitos de tendências que podem presumir em seu site, tem mais seriedade do que o governo federal, que faz propaganda pró-aborto. Mesmo nos Eua, houve muita fraude estatistica para legalizar o aborto. Aqui no Brasil não é diferente.
8. Por pior que lhe pareça, num Estado laico, sim, as leis estão acima de quaisquer valores religiosos. Não sei o que é "moralidade estatal" e muito menos "moral elementar" que, presumo, é impossível definir.
Conde-Veja uma coisa, caro Yudice. As nossas leis e tradições juridicas não são fruto de um mero arremedo estatal. Na prática, elas são tradições culturais, morais e éticas milenares que foram laicizadas pelo Estado moderno. Quando vc coloca o Estado em absoluto, como o determinante das regras juridicas, sem analisar os critérios transdencentais que a justiça pode ter, vc eleva o Estado numa espécie de deus. Esse é o risco. Eu te faço uma pergunta: se o Estado é o detentor absoluto das regras sociais, e não há regras religiosas ou tradicionais que orientem essa prerrogativa do Estado, como poderemos regular situações que estão fora da esfera estatal, como os crimes de guerra e mesmo o genocidio? Só podemos regular o direito, nesse caso, se cremos que haja uma ordem moral e ética superior a todos os códigos estatais. E quando falamos de religião, não estou falando dos aspectos teológicos da religião, e sim de alguns aspectos morais, que ela mesmo considera e que são universais, na medida que logicamente orienta todos os direitos: o direita à vida, o direito à liberdade, à dignidade humana, herança do mundo judaico-cristão, arraigado em nossas consciências. Não pode absolutizar a autoridade do Estado, em nome da mera autoridade dele e sim analisar a razoabilidade dos preceitos.
As religiões também costumam tomar seus postulados como verdades absolutas inscritas numa tal consciência universal. Lamento, mas isso é conversa. O que se pode chamar de "moralidade estatal" será sempre, obrigatoriamente, revelado por suas leis e deve espelhar os anseios da sociedade.
Conde-Se algumas verdades não são universais, e todo Estado obrigatoriamente é uma autoridade em si mesma, não podemos condenar os massacres nazistas, comunistas e de outros Estados iniquos, pq não existe uma regra universal de justiça. É aí que mora o perigo.
Isso, claro, se o legislador honrar o mandato recebido. Sua hipótese dos judeus é absurda e não serve nem para fins de argumentação.
Conde-Ela não é absurda pq, no século XX, de fato ela ocorreu.
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