Veni vidi vici.
Esta deve ser a sensação de José Padilha, após ter seu Tropa de elite recebido com frieza e desconfiança pela imprensa europeia, e até com boa dose de hostilidade, já que respeitáveis veículos de imprensa chegaram a acusá-lo de fascismo e glorificação da tortura.
Prejudicado pela incapacidade dos europeus de entender o universo tipicamente brasileiro retratado na película — tudo bem, nem nós, brasileiros, entendemos —, e também por questões técnicas ligadas à legendagem e à tradução, o filme surpreendeu o próprio diretor e ganhou nada menos que o prêmio máximo do Festival de Cinema de Berlim: o Urso de Ouro.
Parabéns à equipe pelo reconhecimento de um trabalho que — abstraindo todas as questões sociais, políticas e morais que o filme suscita — precisou vencer as dificuldades de se fazer cinema neste país para chegar onde está.
Vale lembrar que um dos filmes derrotados pelo brasileiro, em Berlim, foi Sangue negro, de Paul Thomas Anderson (Boogie nights, Magnolia), que concorre ao Oscar de melhor filme.
Pessoalmente, estou muito satisfeito.
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