Max Gonzaga é um artista alternativo, como denuncia a legenda "Festival Cultura" que aparece por trás dele, no vídeo ora recomendado. Ele compôs uma canção muito bacana quanto à qualidade musical, mas cujo ponto alto é mesmo a letra. Trata-se de uma espécie de denúncia do comportamento do brasileiro médio — ou da classe média brasileira. Pode ter um tom um tanto quanto panfletário, sim, mas permite ao menos que se reflita um pouco sobre o perfil moralista-hipócrita deste povo. Merece menção honrosa a bela alegoria "pena de vida", usada para nomear esta postagem.
Com vocês, Classe média:
Sou classe média
Papagaio de todo telejornal
Eu acredito
Na imparcialidade da revista semanal
Sou classe média
Compro roupa e gasolina no cartão
Odeio “coletivos” e
vou de carro que comprei a prestação
Só pago impostos
Estou sempre no limite do meu cheque especial
Eu viajo pouco, no máximo um
Pacote CVC tri-anual
Mas eu “tô nem aí”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “tô nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em Itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Mas fico indignado com o Estado
Quando sou incomodado
Pelo pedinte esfomeado
Que me estende a mão
O pára-brisa ensaboado
É camelô, biju com bala
E as peripécias do artista
Malabarista do farol
Mas se o assalto é em “Moema”
O assassinato é no “Jardins”
E a filha do executivo
É estuprada até o fim
Aí a mídia manifesta
A sua opinião regressa
De implantar pena de morte
Ou reduzir a idade penal
E eu que sou bem informado
Concordo e faço passeata
Enquanto aumento a audiência
E a tiragem do jornal
Porque eu não “tô nem aí”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “tô nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em Itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Toda tragédia só me importa
Quando bate em minha porta
Porque é mais fácil condenar
Quem já cumpre pena de vida
Apesar de o poderoso Carlos Barretto ter publicado no Flanar dois guias detalhados sobre como postar filmes do YouTube em nossos blogs, confesso não ter a menor paciência para executar tais procedimentos. Aliás, só de saber que eu preciso me cadastrar no YouTube, não quis sequer iniciar os procedimentos. Falha de caráter, reconheço. Quem não a tiver, pode visitar a seção de tutoriais do Flanar e ficar craque em mumunhas da informática clicando aqui.
Portanto, quem quiser ver o vídeo de Max interpretando Classe média, o link é: www.youtube.com/watch?v=KfTovA3qGCs
Eu, por sorte, fiz o download do arquivo que me mandaram.
3 comentários:
Olá Primo,
Ótima sugestão. A letra é muito bem elaborada, o som é envolvente.
Gostei!!!
É sempre enriquecedor visitar seu blog.
Grande Abraço!!!
Compreendo bem sua atitude frente ao You Tube. Acredite. Vc não é único em se intimidar com algumas dificuldades que a publicação na web apresenta. Mas de fato, aquele post sobre "Como publicar vídeos do You Tube em seu blog" permanece campeão de visitação no Flanar. Para vc ver como muita gente também não sabe. Muito embora, estas e outras informações estejam disponíveis no "help" ou "ajuda" do próprio blogger, que frequento de vez em quando.
Mas de maneira nenhuma concordaria com vc que esta mera dificuldade venha representar qualquer falha de caráter em sua magnânima pessoa, a quem muito admiro.
E nem que eu seja possuidor de qualquer poder além daquele representado pelo inegável fato de ser um incluído digital, um incluído na educação, e em algumas outras "funis sociais" das quais tantos são excluídos.
E posso garantir-lhe total suporte técnico quando inciar suas postagens no Flanar, como colaborador convidado, a exemplo de outros, já engatilhados para março.
Bastará que vc me avise que vai postar algum vídeo do You tube, postar o texto e me encaminhar o link que deseja adicionar ao post.
Ele vai sair exatamente como todos os que lá são publicados.
Abs fortes e obrigado pela gentil citação.
Obrigado, Jean. A casa é tua.
Obrigado também, Barretto. Confesso que sou bem marrento com essas coisas tecnológicas. Todo apoio é bem vindo.
Postar um comentário