terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Um dia estressante

Minha mãe ontem sofreu um acidente. Subiu num desses ônibus pequeninos que fazem a linha Sacramenta-Nazaré e, logo em seguida, quando ainda caminhava, o motorista deu uma daquelas pisadas colossais no freio, como se fosse a mãe dele ali dentro. Mas foi a minha que caiu, por cima da tampa do motor, batendo costas, cabeça e braço.
Felizmente, pessoas generosas acorreram. Um policial militar ajudou-a levantar e acomodou-a num assento (mas não tomou qualquer atitude em relação ao motorista e desceu normalmente em seu ponto). Um senhor sacou da bolsa um gel e massageou a cabeça machucada. Uma senhora reconfortou minha mãe, dizendo que nada aconteceria.
O motorista parou em frente a um posto de saúde, para onde tentou encaminhar a sua vítima, que declinou da oferta. Fez alguma coisa, mas não se desculpou.
Convocado, fui buscar minha mãe em casa, para levá-la a um hospital. Chegando à Pedro Álvares Cabral, deparei-me com as obras de asfaltamento da via (comentarei sobre isso em outro post), gerando um engarrafamento que me fez retornar e tomar o rumo da Almirante Barroso. Tola decisão! Supus que, sendo quase dez horas da manhã, o engarrafamento obrigatório da principal via da cidade teria acabado. Levei na cara a constatação do meu erro. Fui de primeira, gastando freio e embreagem até depois da Dr. Freitas.
Em seguida, tomei minha segunda decisão errada: levei minha mãe à emergência do Hospital Porto Dias, confiando em sua fama e porque, enfim, já estive tantas vezes lá com meus doentes que me sinto meio da família. Triste família. Foram duas horas perdidas, para enfim concluirmos os procedimentos! Duas horas, na emergência. Ou melhor: no setor de emergência, porque o caso de minha mãe foi tratado como uma simples consulta. O traumatologista, gentilmente, esclareceu que se a emergência houvesse sido detectada, tudo seria diferente.
Ah, bom. Para não prejudicar o atendimento, que já estava uma droga, não retruquei ao profissional. Mas espero uma oportunidade de dizer-lhe que, nos casos de trauma na cabeça, o paciente pode levantar e sair cantando, mas cair morto ali adiante. Coágulos, lesões ocultas, combinações com fatores pré-existentes ainda desconhecidos, etc. Muito pode acontecer.
Quem, afinal, resolveu que o caso de minha mãe não era de fato uma emergência? A recepcionista. Porque médico nós demoramos horrivelmente a consultar. E tirar o raio-X, Deus nos livre!
Felizmente, não houve fraturas e o caso pode ser resolvido com um tratamento a base de Prexige. Agradeço a Deus por não ter sido nada mais sério pois, se fosse, a má condução no momento do acidente, a péssima recepção hospitalar e a teimosia da vítima poderiam levar a um desfecho que nem quero pensar.
Duro é pensar que, no combalido Pronto Socorro Municipal, talvez fôssemos atendidos com mais eficiência. A rede particular é isso: postos do SUS com mármore no chão. Valha-nos quem?

4 comentários:

Anônimo disse...

Transporte precário, saúde pública e privada desumanas...

Já aconteceu de eu chegar perto do vidro da frente de um ônibus numa freada brusca, que quase resulta em um acidente seríssimo na Almirante Barroso. Isso quando eles não param nos pontos, não esperam a gente subir...

Quem sabe Deus possa nos ouvir, amigo... Melhoras para sua mãe e tudo de bom para o bebê a caminho.

Bjs!

Lu.

Frederico Guerreiro disse...

Caro amigo, antes de mais nada, quero externar meus votos de pronto restabelecimento de sua mamãe. Farei daqui o pensamento positivo para que nada de grave tenha deixado o incidente.

Agora, em caso de emergência, vou ensinar-lhe um atalho para chegar mais rápido ao Médici (e sair dele), quando o trânsito na P. Alv. Cabral, entre Júlio César e T. Bastos estiver engarrafado:
Dobre na Júlio César à esquerda de quem vem do centro, vire à direita no canal do São Joaquim, logo depois de um supermercado, e vá embora até a primera ponte, chegando nela dobre à esquerda e à direita e pegue a pista oposta do canal. Um pouco mais adiante, dobre à esquerda numa pequena passagem e logo verá o Médici II, logo no final da linha do Sacrabala. É seguro de dia e até umas sete ou oito da noite. São horários bem movimentados. Tudo asfaltadinho e iluminado que é uma beleza (só na entrada do canal que está escuro). Por lá chego mais rápido em casa quando o trânsito está muito intenso e travado. De manhã é uma beleza. Passo na frente de todo mundo; e seguro porque os mau-elementos ainda estão dormindo.
No mais, saiba que aqui no Médici você pode contar comigo. A qualquer hora que precisar é só me telefonar. Vou mandar meus números para o seu e-mail.
Um abraço

Sergio Lopes disse...

Esse fred é mesmo um conhecedor das vias de Belém deveria trabalhar na CTBEL, ou melhor não deveria não , lá ninguem entende nada mesmo. Yudice , acabeiu de escrever um posto sobre educação aqui no seu blog, escrever outor sobre a Saudé no Brasil me deixaria com uma depressa profunda e não sei quanda me restabeleceria. Outro dia eu falo sobre a Saúde , principalmente em nosso Estado. Amigo por favor não faça hoje comentário sobre a Segurança Pública, (Educação ,saude e Segurança Pública)falar sobre tais temas no mesmo dia é suícidio. Sugiro que hoje você fale sobre a paternidade e seus efeitos beneficos, é um tema que eu adoro, e servirá para amenizar as mazelas acima referidas.

Unknown disse...

Olá, professor.
Deprimente a situação de transporte em Belém. Ônibus então... Os motoristas dirigem como se não houvessem vidas dentro, muito menos a dele.
Parar no ponto quando fazemos sinal? É até piada... E uma coisa terrível, que pode parecer boba... mas até hoje nem motorista e nem cobrador respondeu ao meu "Bom dia"... Por essas e outras que sinto saudade de BH...

Espero que sua mãe esteja melhor.
Que Deus abençoe vcs e seu filhinho que está chegando.
Bjs
Cláudia Castilho