quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Reptos e explicações

Há dez meses, publiquei a postagem Furacão!, entusiasta da Operação Hurricane da Polícia Federal, a qual apontou como acusado de atividades criminosas o famoso processualista civil José Eduardo Carreira Alvim. Hoje, deparei-me com um protesto de sua irmã, Maria Tereza Carreira Alvim Artiaga, que considerei muito justa e capaz, inclusive, de me levar a reflexões pessoais úteis, para a condução deste blog.
Por isso, convido a clicar no link acima, ler meu texto e em seguida acessar a caixa de comentários, a fim de conhecer a manifestação da Sra. Maria Tereza Artiaga e minha resposta a ela.

5 comentários:

Francisco Rocha Junior disse...

Yúdice, algumas coisas devem ser ditas em relação ao assunto:
1. É impressionante a força dos blogs e, mais amplamente, da internet. Apesar de lidar diariamente com este instrumento de trabalho, lazer e conhecimento há mais de 10 anos, ainda me embasbaco com o alcance que a web possui. Ser alcançado por um comentário da irmã do Carreira Alvim, um ano após o ocorrido, é simplesmente fantástico;
2. A culpa ou não de Carreira Alvim ainda não foi definida. O processo ainda está em curso. Mas as prisões espetaculares da Polícia Federal, após tantos anos de total impunidade dos criminosos de colarinho branco, geraram uma euforia generalizada na população, que acreditou em um novo Brasil, onde todos realmente são iguais perante a lei. Não podemos, porém, nos deixar levar por esta sensação. Contigo, faço o "mea culpa" e admito o óbvio, que me passou desapercebido: para que o Brasil seja realmente novo, devemos respeitar os princípios básicos do Direito, cujos fundamentos - dentre os quais o da presunção de inocência - são uma construção antiga e burilada. Neste caso, como em muitos outros, eu, pessoalmente, não respeitei tal princípio; somente agora, creio que já estou (como certamente muitos estão também) mais maduro para não ter tanta sanha em ver presos alguns que somente intuímos ser culpados, mas que devem obrigatoriamente ser submetidos ao devido processo legal, com todas as garantias de direito;
3. Apesar do que disse acima, creio que por sua própria posição de autoridade pública, o des. Carreira Alvim deve explicações à sociedade. DEste modo, na medida em que não prejudique sua defesa no processo penal, seria importante que ele divulgasse o que realmente há de verdade na investigação da PF. Afinal, pelo que li, tanto no comentário de sua irmã, quanto na entrevista dele que ela transcreveu em seu blog, não houve ataque algum às afirmações da Polícia, e nem às degracações de conversas telefônicas - slvo um pequeno trecho delas. Na realidade, as acusações feitas só são defendidas por argumentos de autoridade, mas não por fatos contrários;
4. Como bem referiste, a elegância no trato da Sra. Maria Tereza é digna de elogios, principalmente em se tratando de assunto tão doloroso e espinhoso.
Abração.

Francisco Rocha Junior disse...

P.S.: Já estou sabendo da excelente notícia!

Sergio Lopes disse...

É amigo, Carreira Alvim, para quem como eu atua na área civilista do direito é um grande referencial. Quando li a notícia que o vinculou a um ato tão desabonador, tive grandes reservas , até mesmo por que inquerito policial, como você sabe bem melhor do que eu, não é processo e procedimento administrativo , onde não é dado contraditorio ao indiciado. E ainda as operaçãos espalhafatosas de nossa Policia no meu entender originam-se de investigações que nem sempre resguardam os mais comesinhos direitos constitucionais do investigado.
É açodado ancorar-se em suas estrepitosas operações para firmar convencimento sobre a ética e a moral de seus investigados. Tenho certeza , como você já esclareceu na sua resposta a familiar do ulustrado magistrado, que no post você não estava fazendo juízo de valor , apenas festejando o ato da nossa nobre Justiça.
Fica a lição para todos nós, o direito e a verdade real, se fará no processo judicial onde o já denunciado produzirá suas provas e tera possibilidade de ampla defesa.
O espelhafato e o palanque ficam para a mídia que move-se algumas vezes por sentimentos nem tão nobres. Vamos aguardar o desenrolar do processo, no momento dou um voto de confiança ao ilustre doutrinador , e torço para estar com razão , pelo bem do Poder Judiciario a quem na democracia é dado o nobre ato de julgar os cidadãos.

Carlos Barretto  disse...

Sua atitude e a da Sra. Maria Tereza nesta situação algo constrangedora, só reafirma a grandeza da alma de ambos.

Abs

Yúdice Andrade disse...

Grato pelo apoio, amigos. Infelizmente, não pude comunicar-me melhor com a Sra. Artiaga, pois para escrever um comentário em seu blog é preciso criar uma conta no provedor, e eu me recuso a criar contas aqui e ali. Espero que ela volte ao blog e me dê algum retorno.