Mais um vingador. Mais um sociopata. Mais um fruto da maldade humana e dos desvarios do poder. Tudo isso pode ser dito de Sweeney Todd, o barbeiro demoníaco da Rua Fleet.
Produto da mente conturbada de Tim Burton — grande cineasta, que não se rende às mediocridades do cinema comercial —, e novamente vivificado por Johnny Depp, um dos melhores atores em atividade, o filme deve provocar grandes emoções, sendo que a maioria delas não necessariamente boas.
De saída, o filme é um musical — gênero que aborrece a muitos (eu, inclusive). Mas normalmente os musicais são feitos para agitar o público, para fazê-lo se remexer nas cadeiras e torcer por finais felizes, mesmo que eles não cheguem (como em Moulin Rouge). Sweeney Todd, definitivamente, não foi feito para deixar ninguém feliz. A música não foi feita para agradar aos ouvidos e o que elas embalam é uma sucessão de esgorjamentos, com sangue esguichando e pessoas morrendo. Tudo em nome da vingança de um sociopata, que todavia é uma vítima de um juiz perverso. Não se pode dizer que haja novidades nos temas tratados. A questão é o que a dupla Burton-Depp pode fazer por você. Ah, sim, e Helena Bonham Carter também.
Suponho que a maioria das pessoas desaprovará o filme que, do princípio ao fim, não convida a nenhuma esperança ou alegria — muito embora dois personagens ganhem o direito de viver felizes para sempre, o que, felizmente, é apenas uma dedução lógica, pois o filme não mostra. Eu adorei. E tive a oportunidade de reencontrar duas canções que há tempos não escutava, o que me permitiu inclusive sair cantarolando da sala de projeções (Pretty women e Not while I'm around, do musical da Broadway que inspirou o filme, com a assinatura de Stephen Sondheim).
Você foi avisado. Vá se quiser. Mas descarte qualquer possibilidade de ver a estética hollywoodiana na tela. Boa ou má, mas certamente grotesca, a única estética presente é a burtoniana. E essa, suponho, é apenas para fãs.
Leia uma crítica plausível em http://www.cinemaemcena.com.br/Ficha_filme.aspx?id_critica=7012&id_filme=2531&aba=critica.
2 comentários:
Nada haver com o post, mas lembro bem quando o prefeito falsário começou a "asfaltar" a cidade, dissestes que era um boa, pois não tens o conhecimento técnico do assunto.
Eu na hora falei que este revestimento não era adequado para para o serviço que ele estava se propondo.
O resultado está ai, vários pontos da Gentil, da Gov. José Malcher, Mundurucus, Av. Ceará, e outros já está se desmanchando.
Até o asfaltamento do cara é falso.
Ele dimensionou mau o tempo de durabilidade do maldito asfálto.
Agora ele parou, para recomeçar mais perto das eleições para não se acabar logo.
O bandido é tão sortudo, que vai usar as chuvas para ter interrompido o serviço.
Nossa professor, tô louco pra ver esse filme, e não vejo a hora de terminar o download e gravar pra assistir. Sempre é bom ter o Johnny Depp num papel principal, ainda mais na pele de um personagem dito "incorreto". Sem contar que o Tim Burton, como você mesmo disse, é meio maluco e já vai valendo. Nessa, aproveito pra lhe recomendar um filme de David Lynch, chamado Cidade dos Sonhos, ou Mulholland Drive, como título original. Diretor Hollywoodiano que foge completamente dos padrões comerciais do cinema.
Abraços
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