sexta-feira, 8 de novembro de 2013

醜兒

Este mundo não desiste de tentar nos surpreender, mesmo que tentemos impor a ideia de que já vimos de tudo. Veja-se o inesperado caso do chinês que decidiu processar a ex-esposa porque ela lhe deu filhos feios! Processou e, pior, ganhou, locupletando-se em 120 mil dólares, como se não fosse responsável por metade do patrimônio genético das três crianças.

Já candidatíssimo a pai do ano, Feng se disse horrorizado com a feiúra da filha, o que teria trazido problemas ao casamento. Até exame de DNA ele fez, talvez por acreditar muito em sua própria beleza.

Pessoas fazem coisas absurdas quando se separam. Mas o ressentimento, neste caso, adveio do fato de que a ex-mulher gastara uma fortuna em cirurgias plásticas, antes de eles se conhecerem. Ou seja, ela era feia e o enganou, fingindo ser bonita...

Procurei a notícia em outros sites, atrás de uma informação relevante: em qual o país o caso se deu, porque talvez a família tivesse imigrado. Mas não. Foi mesmo a justiça chinesa quem acolheu a pretensão desse Adônis aí na foto, condenando a mulher a indenizá-lo pela decepção...

Se a moda pega, conheço uns caras que poderiam ficar riquíssimos com ações semelhantes. Ou as mulheres, claro. Afinal, como diz uma amiga minha, pau que bate em Chico bate em Francisco. O problema é encontrar uma mulher que aceite declarar publicamente que seus rebentos são feios, mesmo que eles o sejam, descaradamente. Mesmo que fossem, como dizia outra referência minha, feios como a justiça do Cão.

Quem me conhece sabe que costumo dizer, sobre minha filha, que ela é a minha cara, mas o importante é ter saúde. Felizmente, a despeito da semelhança, ela é uma criança graciosa. Não tenho esse impulso bobo de dizer que é a menina mais linda do mundo. Quem define corretamente é minha esposa: ela é a criança mais linda que existe, para mim. O que encerra a questão.

PS — Segundo o Google Translator, "filhos feios", em chinês tradicional, se escreve assim: 醜兒, título da postagem. Por favor, não me peça para pronunciar. Não sei nem por onde começa.

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