quarta-feira, 13 de novembro de 2013

História e ciência 3

Em fevereiro deste ano, eu me empolguei com o uso da ciência para recontar a História do Brasil, em relação à exumação dos corpos de três integrantes da antiga família imperial brasileira, submetidos a exames sofisticados. Na primeira postagem, manifestei meu desejo de que outras empreitadas do gênero fossem realizadas. Na segunda postagem, mencionei que resultados preliminares já esclareciam particularidades concretas sobre as vidas (ou mortes) daquelas pessoas.

Peritos se reúnem em frente ao túmulo de Jango
(foto de Márcio Luiz/G1)
Desejo atendido, novamente temos a História sendo revista pela luz da ciência. O protagonista da vez é o ex-presidente João Belchior Marques Goulart, oficialmente morto devido à cardiopatia de que sofria há anos, mas candidato a assassinato por envenenamento, supostamente por ordem dos criminosos encastelados no poder após o golpe militar de 1964.

A exumação dos restos mortais de Jango está acontecendo neste exato momento, no Município gaúcho de São Borja. É instigante acompanhar a História em tempo real.

Jango assumiu a presidência do Brasil em 8 de setembro de 1961, após a renúncia de Jânio Quadros, em uma demonstração evidente da democracia de fachada vivida por nosso país. Já aplicando um golpe, os militares tentaram impedir a posse do vice-presidente, como determinada a constituição, por suas ligações com a esquerda. Para se tornar presidente, Jango concordou que a constituição fosse alterada para instituir o parlamentarismo no país, de modo que ele, podendo exercer plenos poderes com base no melhor direito, preferiu esvaziá-los, dividindo-os com o primeiro-ministro, Tancredo Neves. Este episódio é muito bem contado pelo jornalista Mário Magalhães, na biografia de Carlos Marighella, na qual Jango e Quadros são retratados em cores pouco alegres.

Aguardemos novas notícias ao longo do dia.

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