sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sentir-se recompensado

Sim, eu fui um aluno considerado CDF. E sofri as consequências dessa pecha, através de variadas manifestações de rejeição, que iam desde o olhar de nojo até medidas concretas para me prejudicar. Na última delas, perdi o convívio de algumas pessoas que me eram queridas. Chama a atenção a quantidade de ideias que as pessoas têm quando querem desqualificar alguém. Algumas são clichês absolutos: o cara é chamado de gay e a mulher, de mal amada. O mais interessante é que boa parte desses críticos jamais teve qualquer contato pessoal com seus alvos. É um ódio construído dia a dia, que tem mais a ver com as falhas daquele que odeia, do que com as daquele que é odiado.
Curiosamente, jamais me considerei um CDF. Apenas fazia o que achava certo. Talvez isso prove que eu era mesmo um CDF, mas o fato é que eu apenas tinha objetivos bem definidos e seguia o caminho das pedras que, supunha, poderia levar-me até eles.
Quando me tornei professor, decidi que seria exigente. Muito exigente. Foi, sim, uma deliberação. Eu sei que o aluno médio, desde que o mundo é mundo, conduz a sua vida escolar de acordo com o professor. Se este é exigente, ele estuda. Se não, ele relaxa. Se o professor cobra frequência, ele comparece, mesmo que só de corpo; se não cobra, não dá bola às aulas. Eu decidi não passar em brancas nuvens e fazer o que pudesse pelo aprendizado de meus alunos. Para tanto, eles precisariam estudar. E para isso, teriam que ser convencidos.
O meu rigor, é claro, causou-me muitos dissabores. Mas eu era jovem e inexperiente; cometia bem mais erros do que hoje. E aprendi com eles, com certeza. Aprendi, p. ex., a elaborar provas com enunciados mais fechados, capazes de conduzir o aluno ao tema que desejo seja abordado. Não adianta esperar que o aluno alcance o nosso objetivo: é preciso que ele seja aproximado o quanto possível, sem que a resposta se torne uma obviedade. Aprendi, também, a estabelecer regras no início do período letivo, fornecê-las por escrito e exigir o seu cumprimento. Aprendi a só pedir atividades que façam sentido ao aluno, que tenham um propósito concreto, que a elaboração delas deve ser orientada e que os critérios de correção devem ser claramente indicados ao aluno. Isto é respeito, para começo de conversa.
Tive a sorte de lecionar em instituições sérias, onde a educação não estava à venda no balcão. Por isso, minhas iniciativas foram aceitas e, com o tempo, fui cristalizando minha imagem pública de professor durão (um exagero, é claro), mas que dá ao aluno condições de ter sucesso em sua vida acadêmica. E sucesso não medido em aprovação, somente, que é consequência, mas em aprendizagem. Penso que, nos últimos anos, tenho acertado a mão um pouco mais, a julgar pelo carinho com que sou tratado por minhas turmas, inclusive nos momentos das avaliações tensas. Aqui e ali surge um atrito, claro, mas que logo se recompõe. A relação que fica, quando termina a minha tarefa, costuma ser muito boa. Fiz belas amizades na docência e elas continuam se avolumando.
Ocorre que existe uma categoria de aluno que se diverte apavorando os colegas. Eles buscam os novatos e contam todo tipo de lorota sobre professores como eu, criando um clima de terror. Já entrei numa sala, tempos atrás, em que os alunos estavam todos encolhidos no fundão. Aquilo me incomodou, mas deixei passar. Após um tempo percebi o desconforto no ar e perguntei:
"Gente, vocês estão com medo de mim?!"
A reação, expressa no movimento corporal automático e no semblante, foi: "Cara, ele sacou!!!"
Conversei com a turma e ela aos poucos foi se distencionando. As coisas começaram a funcionar depois disso.
Assim tem sido a minha aventura docente. Como vivo repetindo: a única atividade que sempre soube que abraçaria, que era a minha destinação natural. A única coisa que eu sempre quis fazer, de verdade. Enfim, também pensei em ser escritor, mas a falta de talento não permitiu. Também por isso gasto tantas e tantas letras aqui no blog.
Hoje, após uma semana cansativa, entreguei provas em duas turmas de Penal II. E como disse a eles, tive a oportunidade de viver aquilo a que aspiro: depois de um semestre em que não facilitei, vi que os alunos realmente se interessaram, se esforçaram, estudaram e, ao final, a grande maioria acabou passando direto. Nas duas. É isso o que quero: não deixar atrás de mim uma legião de esfarrapados intelectuais e morais. E sim que, por mérito, sejam aprovados.
Acredito que essa maioria de alunos entendeu isso, porque uns tantos me agradeceram até a canseira. Fico extasiado quando um deles me diz que valeu a pena. Eles se sentem recompensados. Eu mais ainda, de um jeito que eles nem podem imaginar.
Só falta aprender a lidar com os que não tiveram o mesmo desempenho. Tento acalmá-los e evitar um fenômeno muito comum: o da supervalorização do insucesso momentâneo. Tento fazê-los dar ao ocorrido a dimensão que realmente tem. Mas é difícil para eles e para mim. Ainda não sei como lidar com isso e, a cada período letivo, mudam os seres humanos e é como se eu precisasse começar do zero.
Mas é isso.
Este texto foi escrito sob tempestade cerebral. Deixei as palavras fluírem e não revisei nada. Desculpem derrapadas na digitação. Daqui a pouco vou para casa, tentar dormir, enfim. Estou precisando.

17 comentários:

Anônimo disse...

Belíssimo e fantástico texto, Yúdice. Eu assinaria cada uma das frases como minha, porque minha experiência é bem semelhante. Exceto que na escolha eu tinha uma relação muitíssimo melhor com meus colegas menos esforçados. Espero que eu, com o passar do tempo, também vá acertando mais a mão e cometendo menos erros, como você conseguiu. Abraço!

Cumadre Tóta disse...

Engraçado,
acabo de mandar uma mensagem pelo aluno online em agradecimento ao senhor, e ao fazer a minha visita diária ao seu blog, vejo este texto, que mais uma vez me emociona e me alegra! Belas palavras professor, e posso dizer também: "valeu a pena"!
Abraços
Jéssica Teixeira

Ana Miranda disse...

Yúdice, que orgulho em ser sua amiga, mesmo que virtual!!!
Polyanna, com todo respeito a você: Eu amo o seu marido!!!

Ana Manuela disse...

A gente se sente recompensado mesmo, ver que noites em claro não foram em vão é sensacional.
Isso é bacana. Mas bacana mesmo é ter passado pelo semestre, e sair dele com a sensação de que realmente aprendemos. E isso, é mérito muito mais teu do que nosso :)

Agora vai ser a nossa vez de espalhar para os novatos que "com o Yúdice é tenso!" e que "eles que se cuidem!" hahahaha

Arthur Laércio Homci disse...

Meu caro,

Por tudo isso você se tornou um exemplo para muitos, inclusive para mim.

Esse esforço docente é fundamental para estimular os alunos. Eu sempre bato a cabeça com isso, e, pela inexperiência, me sinto frustrado correntemente quando não consigo despertar nos alunos o interesse que desejo.

No entanto, não gosto de atribuir a culpa pelo desinteresse a eles; a culpa é minha. Só assim consigo ter mais estímulo para seguir adiante, buscando sempre melhorar, melhorar, melhorar.

Essas palavras que você escreveu agora muito me tocaram.

Abraços,

Arthur

Anônimo disse...

Anh... Precisava comentar este post...
Pra tentar superar talvez, mas pra tentar te aclamar tbm, no que for possível.
Desculpe/Me perdoe ter feito aquela cena, eu simplesmente não consegui evitar que elas(aquelas que saem do olho) se formassem, mas agradeço o leve carinho que me fizeste mesmo tendo que me avisar do meu "insucesso momentâneo"...
Eu fiquei daquele jeito por que tudo que se refere a medidas, a provas de quem eu sou ou do que eu sou capaz me levam a ficar assim, e nada pior do que uma prova(que realemnte prova algo) pra me deixar pra baixo... Mas eu tento pensar no lado bom das coisas, tento pensar que um dia eu irei mudar e não ficarei mais insegura sobre minhas capacidades. Este dia ainda não chegou, mas vai chegar! Não posso deixar esse fio de esperança morrer, afinal se eu acredito que existe um Deus que me ama e que quer o melhor pra mim sei que Ele vai me guiar a isso.

Enfim, também estou em uma tesmpestade, mas vai passar, sempre passa.
Até semstre que vem, talvez duplamente.

Anônimo disse...

Yudice,
Talvez esse tenha sido o melhor post teu que eu li até hoje.
E digo isso porque fui tua aluna e posso confirmar tudo isso.
Cheguei aterrorizada com os boatos e terminei com uma admiraçao gigantesca.
A tua preocupaçao e esforço. A tua capacidade de falar bastante sobre assuntos polemicos e sempre na medida certa da profundidade que a graduaçao requer. A tua oratoria que flui naturalmente.
Lembro que varias vezes te vi chegar mais cedo e ler um pouco, na biblioteca, sobre o assunto da aula. Acho que na vontade, como se isso fosse possivel, de dar uma aula ainda mais completa.
Lembro também que as tuas provas eram elaboradas de uma forma completamente diferente e divertida, cobrando dos alunos raciocinio concatenado e não so a famosa decoreba.
Que bom que teu talento milita a favor da educaçao, em todos os sentidos.
Pena que a gente discorda sobre um assunto: eu acho que tens talento de sobra para ser escritor.
És um grande professor, Yudice.

Beijos

Tonia.

*escrevo do celular. Desculpe a falta de acentuaçao.

Victor A. Rabelo disse...

Longe de mim tal pretensão, mas tenho uma tese simples e objetiva: sabe o que move o homem? A necessidade. O senhor sabe -e percebeu várias vezes- o terrorismo que fizeram com as pessoas que experimentarão pela primeira vez serem alunos do professor Yúdice... o holocausto me parecia ligeiramente mais benevolente. Exagero típico e nada verossímil. Mas a verdade foi que isso nos criou uma necessidade: a de estudar mais do que o comum para não sermos ameaçado da temida prova final e segunda época. Fomos cobrados e além: nos cobramos. O resultado e indubitável. Foi uma soma de esforços. Além, o gosto da vitória é bem mais doce quando ele não vem fácil. Entretanto, quanto ao começo de seu texto, ressalta a natureza humana. Cria-se um padrão, a sociedade absorve lentamente e convenciona. Por que alunos aplicados, que dão valor a oportunidade dada, que fazem por si, devem ser vítima desses malditos clichês? Não sei. E não interessa. Conheço uma porção que compartilha do mesmo pensamento, mas continuarei a realizar o que acho que deve ser realizado. Curtirei a vida, farei besteiras -é inevitável-, mas sempre valorizarei a oportunidade de estudo, de tentar crescer, seja no direito seja na vida, se há algo de errado nisso, então que eu esteja errado, "pagarei" pelo erro quando chegar a hora. "pagaremos", pelo menos alguns.

Luiza Montenegro Duarte disse...

Pouco posso falar sobre o post, por dois motivos: 1) cheguei atrasada e já falaram tudo o que podia ser dito. 2) não tive a honra de ser sua aluna. De qualquer forma, não posso deixar de elogiar a dedicação a um trabalho tão imperioso e ao mesmo tempo tão desvalorizado pela sociedade.
Ah, e tenho que concordar (como sempre), com a minha amada Tônia: o senhor tem muito talento pra escrever, ora!
Abraços.

Antonio Graim Neto disse...

Muitas pessoas sonham em estar em dois lugares ao mesmo tempo. Fisicamente isso até é possível, basta estar em um local de fronteira com seja lá o que for.

Mas, eu vivo um momento onde posso estar em dois lugares ao mesmo tempo sem estar em um local de fronteiras. Na condição de Monitor de Direito Penal da Instituição eu posso viver as angústias e felicidades de, ao mesmo tempo, ser aluno e professor.

É difícil. É preciso saber dividir bem as coisas. Mas apesar de ser uma tarefa nada fácil, para mim está sendo um dos maiores prazeres da vida. Isso se deve ao fato de estar aprendendo com um grande mestre.

Nunca fui aluno do tão "temido" e falado prof.Yudice. A primeira prova dele que eu fiz foi, de cara, a de monitoria. Não sei como, mas fui aprovado. Hoje, posso disfrutar de euforias de conhecimento a cada aula que acompanho. Cada conversa com um aluno.

Tive a primeira experiência com correção de avaliações que mais foi um teste para mim mesmo do que um teste aos que fizeram o trabalho. Na verdade, minhas expectativas não eram poder atribuir pontuações objetivas, mas que todos pudessem captar a essência da atividade proposta. Acho que isso aprendi com o Sr.

Sei que continuarei aprendendo, pois ainda tenho muito a aprender, para que um dia eu possa ensinar. Espero alcançar esse sonho.

Parabéns, Professor.

Yúdice Andrade disse...

Esta postagem acabou de tornando especial, mesmo. Porque pela primeira vez desde que o blog foi criado, consigo atingir 10 comentários sem que nenhum deles fosse meu, em resposta a alguém. Dez comentários - o que por si só já excede ao padrão do blog - suscitados pelo texto original. Isto me deixa feliz. Fico, ainda mais, é claro, pelo carinho expresso. Vamos lá:

André, eu ia escrever, mas acabei esquecendo, que não sofri o que hoje se chama de bullying e, no geral, eu até me dava bem com os meus colegas. Fiz ótimas amizades (ainda que elas não tenham sobrevivido à escola) e, com quem não, a relação era asséptica. Na universidade, eu já vibrava em outro padrão e, ali, não sofri os dissabores antes vividos e construí algumas das mais maravilhosas amizades que tenho - que são definitivas, mesmo que não estejamos tão próximos quanto eu gostaria ou mesmo quanto poderíamos.
No mais, para aprender, é preciso experimentar. Estou fazendo isso e tem valido a pena.

Li ontem a tua mensagem, Cumadre (acho engraçado te chamar assim). Já respondi e ratifico o que te disse. Fico feliz que tenha valido a pena. Era a ideia.

Relaxa, Ana: acho que a Polyana ficará feliz de ler isso. Agradeço o carinho entusiasmado.

Manuela, sem perversidade! Fala só o suficiente para eles entenderem que precisarão estudar muito. Mas que entendam que arbitrariedades estão fora do meu jogo.

Arthur, vai com calma. Com uma frequência maior do que pensamos, a falta de interesse do aluno é culpa dele, mesmo. E às vezes da família, quando impõe um curso que ele não deseja fazer. Isso ainda existe muito na nossa área.
Podemos nos cobrar responsabilidade, disciplina, esforço, criatividade, tolerância e até algumas concessões, volta e meia. Mas nada do que fizermos dará resultado se o aluno não estiver ali com um objetivo definido. Pondera que até mesmo a excessiva juventude da grande maioria pesa, nessas horas. E olha que ingressei na universidade com 16 anos! Respeito o calouro novinho, mas sei que a maioria ainda vibra numa faixa menos compromissada que a do ensino superior. Por isso ele precisa ser conquistado.
Se nos esforçamos, de boa fé, e ainda assim não deu, sem culpas. Cada pessoa tem o seu momento. O aluno há de chegar no dele.

Waldréa, não há o que te desculpar. Lamento não ter podido te dar a atenção que gostaria, mas havia um tumulto ao nosso redor e a conversa pedia um pouco mais de privacidade. Quando voltarmos a nos falar, posso te dizer do quanto compreendo a ideia de subestimar as próprias capacidades. Mas isso, de fato, pode ser superado. Em parte, reduzindo o nível de exigências. Coisa que, admito, ainda não aprendi a fazer.

Yúdice Andrade disse...

Tônia, é engraçado como aspectos que às vezes elogiam, como fizeste agora, para mim parecem absolutamente naturais. Abordar a disciplina de modo crítico, procurar exemplos reais e não fantasiosos, tentar fazer o aluno se por no lugar, promover debates, diversificar avaliações... Tudo isso me parece o caminho natural a ser seguido. E que dá um prazer maior à docência.
Quando me destacam sob esses aspectos, pergunto-me quantos colegas estão, talvez, perdendo a chance de se divertir como eu. Seja como for, sigo uma diretriz: não repetir o que a esmagadora maioria dos meus professores fez!
No mais, reconhecendo que o aluno muitas vezes está num nível igual ou até superior ao do professor - em cultura geral, informação, compromisso, etc. -, é válido repetir que a tua avaliação do meu trabalho me enche de honra, porque me chega com uma autoridade enorme. Abraços.

Victor, acredito na tese de que os alunos reagem às necessidades e essa foi a premissa da postagem. Por isso as minhas opções. No mais, considero lúcida, porque realista, a tua análise de que se pode viver como os jovens querem viver, inclusive cometendo erros - alguns deles bastante previsíveis -, sem abdicar das responsabilidades acadêmicas, p. ex. Eu acredito nisso. E por essa razão me perturbo tanto quando vejo jovens inteiramente voltados para as picardias, perdendo a oportunidade de usufruir da academia, ainda mais se tratando de jovens que, em grande quantidade, dispõem de recursos familiares e econômicos para aproveitar tudo.
No fundo, não condeno quem quer curtir a vida adoidado. Que o faça, se quiser, mas tranque a matrícula antes. Ou se permanecer conosco, que ao menos reconheça o peso das próprias escolhas. Uma lucidez que demonstras possuir.

Clichê ou não, Luiza, é uma questão de paixão. Parafraseando a canção do Tim Maia a meu jeito, eu também quero dinheiro, mas o que eu quero mesmo é amar.

Antônio, estou vivendo um momento muito nostálgico e esses últimos dias, vendo a tua relação com os alunos, acabou me remetendo aos meus dois anos como monitor de Direito Penal. Foram anos adoráveis e isso me deixou ainda mais nostálgico.
Aprendi muito naquela época. Digo isso porque até hoje repito, em minhas aulas, coisas que aprendi do meu professor orientador. Coisas jurídicas e humanas. Não te posso oferecer o que ele me proporcionava, com suas décadas de experiência. Mas sei que sou mais acessível e experimentador do que ele. Espero, ao menos, te proporcionar um pouco do que esperas da monitoria. E te agradeço muito pela enorme colaboração que me tens dado.
Os monitores do futuro sentirão a diferença.

Unknown disse...

Querido Professor,
Faz algum tempo que venho lendo seus posts, mas por motivos inexplicáveis, sempre preferi apenas lê-los.
No entanto, este era o post que eu estava a tempos aguardando para poder comentar. Poque acredito ser importante agradecer àqueles que contribuem para a nossa formação.
Desculpe minhas poucas e inexpressivas palavras, mas venho até aqui para lhe dizer que é sempre um estímulo lhe ter não apenas como professor, mas como um verdadeiro educador e o quanto a sua ética e os seus ideais são importantes para eu acreditar que meus valores jamais devem ser deixados de lado, mesmo que para isso possa a vir ser objeto de interpretações errôneas.
Peço desculpa aos alunos que valorizam os boletins excelentes sem precisar se esforçar para isso, mas para mim, quantas vezes tiver que ter meu boletim um pouco mais imperfeito e no entanto, verdadeiramente aprender com meus erros, estarei grata e, com certeza, mais próxima de alcançar o engrandecimento profissional que sempre tento buscar.
Obrigada pelo eterno comprometimento em não permitir que sejamos mais uns profissionais medíocres, e pela segurança de seguir aquilo que lhe parece certo. O senhor está certo!
Eternamente agradecida.

Anônimo disse...

Yúdice,
Assim como já foi dito, em todos esses posts,não posso deixar de dizer que foi realmente um privilégio ter sido tua aluna. Não só pelo aprimoramento acadêmico- pois posso terminar o semestre dizendo que aprendi penal, enfim- mas também pelo engrandecimento moral que nos proporcionaste.
No início das aulas, também compartilhava do pensamento de quase todos de que se tratava de um professor "linha dura" e de que teríamos que "rebolar" se quiséssemos passar. Passado o tempo, vi que rebolar era preciso, mas, quanto ao linha dura, posso dizer que não era bem assim, afinal, és uma pessoa super simpática e prestativa, sempre querendo ajudar os alunos no que for possível.
Adorei o semestre, e espero ser tua aluna no proximos :)
Quanto ao " valer a pena", valeu muito, com certeza!
beijos

Eduarda Tupiassú

Anônimo disse...

Que inveja de você, Yúdice! Vários alunos que escreveram aqui foram também meus alunos e eu nunca tive oportunidade de ouvir da parte deles nem metade dos elogios que foram dirigidos a você. Sinal de que tenho mesmo ainda muito que caminhar na minha jornada. Mas não se preocupe, é uma inveja bastante positiva e construtiva. Abraço!

Unknown disse...

Yúdice querido,
A exemplo da Mariel, que postou um comentário acima, eu também acompanho seu blog quase diariamente (aliás, eu e meu marido, Ramon), mas quase não faço comentários. Mas realmente nesse post eu senti a necessidade de me pronunciar.
Quando entrei no CESUPA, eu já vinha de duas outras universidades de Direito - uma em Belém (onde iniciei o curso) e outra em Brasília, cidade onte vivi por dois anos. E, sendo a terceira faculdade que eu frequentei do mesmo curso (pois ainda teve a e Psicologia), cheguei cheia de desânimo. Primeiro, porque estava me sentindo mesmo cansada de mudar de turma e faculdade... E depois, por ter que recomeçar em outro lugar, turma nova, gente nova, professores novos, etc... E ainda porque, nas faculdades anteriores eu havia criado uma expectativa ENORME de aprendizado que foram, infelizmente, frustradas.
Mas, quando entrei no CESUPA, tive a felicidade de ser sua aluna. Muito antes disso, eu já ouvia falar de você pelo meu pai (que, como você, é um professor bastante rígido), que sempre elogiou sua seriedade, seu profissionalismo e também seu lado humano. Lembro dele falar pelo menos uma dúzia de vezes que, quando começou a lecionar no Cesupa, você foi o professor por quem ele se sentiu melhor recebido e acolhido.
Tudo isso pude comprovar sendo sua aluna, e posso lhe dizer que tudo o que aprendi de Direito Penal se deve a você, à sua perceptível paixão pela docência e sua preocupação em fazer os alunos crescerem.
Hoje quero te agradecer por ter me motivado, ter me feito crescer e me desafiado a ser alguém melhor e buscar minha própria superação (especialmente em um momento que, como falei, eu me sentia cansada) .
Sua percepção de mundo (além de todo o conhecimento e carisma) faz a diferença na vida de muitos.
Um abraço carinhoso,
Aline Bentes.

Yúdice Andrade disse...

Mariel, tuas palavras não são inexpressivas - nem aqui, nem em sala de aula, nem no corredor. É sempre bom te ouvir e confirmar, a cada vez, o teu compromisso e a tua preocupação com o curso que abraçaste.
Eu realmente sonho com o dia em que mais estudantes terão essa visão de mundo que demonstras, inclusive antes mesmo de chegarem ao ensino superior.

Eduarda, ri um pouco com o "pessoa simpática e prestativa", porque não me vejo exatamente assim, mas fico muito feliz que alguém tenha essa imagem. Ganhei meu dia! Ainda mais com esse "engrandecimento moral".

André, eu realmente acho que essa boa avaliação advém de uma conjuntura de fatores que, de certa forma, passa pelo meu tempo de docência, mas em maior medida depende do próprio caráter e gentileza desses alunos. Não sei se acreditas em sorte, mas decerto que tive o privilégio de trabalhar com alunos assim.

Aline, o teu pai conta essa história até hoje, inclusive para mim. Isso me mostra como significou para ele, assim como me dignificou muito ter merecido o respeito dele, com toda a sua vasta experiência e credibilidade.
Depois de todo esse tempo em que deixei a tua turma, ainda ler uma homenagem assim tão intensa é fator de imensa alegria.
Abraços.