Segunda feira foi meu aniversário, e como sempre acontece conosco nesses dias pensamos nos rumos que a vida toma. Quando eu era criança, sempre tive meu aniversário comemorado junto com meu pai. E não podia ser diferente, já que nasci no mesmo dia em que ele aniversaria. Em Santarém, minha cidade natal, o dia seguinte (22/6) é aniversário da cidade, e portanto, feriado. Logo, a minha festinha sempre podia acontecer no dia D. Isso era bem legal, pois a gente se sente diferente no aniversário. Sei lá, como se todo mundo estivesse nos olhando diferente. Mais ou menos como quando descobri que estava grávida. Eu tinha certeza que as pessoas me olhavam diferente, mesmo quando ainda não tinha contado pra ninguém. Acho que, na verdade, é a gente que se olha diferente no aniversário. O tema, obviamente, eram 90% festas juninas. Não lembro exatamente quando, mas depois de um tempo isso me aborreceu. Claro que hoje até faria uma festa junina se fosse comemorar em maior estilo, mas só porque já faz muito tempo que não é assim. Sempre tinha tacacá, vatapá, tarubá, aluá, maniçoba, bolo de milho e de mandioca, bolo podre e todos os quitutes que minha mãe-mãos-de-fada sabe fazer. Sempre tinha uma sessão de fogos, que o papai adora e as crianças idem. Sempre tinha bandeirinha e balão cheio de doces. Sempre tinha quadrilha. É, era legal. Mas às vezes eu queria uma festa só pra mim. Sabe, ser A aniversariante.
Hoje eu sou professora e meu aniversário sempre cai em época de provas finais. É uma correria, muita coisa pra corrigir, elaborar, ajeitar calendário, ouvir chororô dos alunos. Normalmente, quando ganho um parabéns, ele vem acompanhado de algo do tipo já-que-é-seu-aniversário-aproveita-e-dá-10-pra-todo-mundo. Os presentes que ganho são, no máximo, um aluno que não esperava que passasse me surpreender e se sair bem. Mas eu gosto. Fico muito cansada, e todo fim de semestre me pergunto se vou aguentar isso de novo no próximo. Sempre aguento, e sempre chego empolgada no próximo semestre. É, é legal. Mas às vezes eu queria que todos passassem direto, pra eu me lembrar de como era ficar de férias mais cedo.
Hoje eu também sou mãe, e em junho já estou pensando na festa da minha filha. Acabo nem comemorando. Este foi meu primeiro aniversário em que minha filhinha já sabia que era meu aniversário. O presente dela foi acordar às 6h10 (fazia tempo que ela não fazia isso) e, antes de eu sair pra trabalhar, dizer pela primeira vez: "não vai trabalhar, mamãe, brinca com a Juju!". Doeu. Porque eu queria mesmo ficar, mas obviamente não fiquei, tinha provas pra passar. Júlia cantou parabéns pra mim de manhã e quando cheguei em casa, ela já dormia. Dói não estar com ela tanto quanto eu gostaria, mas a vida moderna é assim. Juro que se pudesse seria só mãe. Ser mãe, é, é muito legal. E pronto.
P.S.: fiquei bastante tempo sem escrever justamente por causa da etapa final no Cesupa, mas tentarei manter contato maior agora. Este post foi só pra matar a vontade de escrever.
2 comentários:
Bem, pelo menos você faz aniversário em uma época legal: Festa Junina.
E o meu que, algumas vezes, cai no carnaval e eu odeio carnaval?
Entendi bem o que você quis dizer sobre querer ficar mais tempo juntinho da pequena Júlia. Eu sempre tive a sorte de ficar ao lado dos meus filhotes.
Sempre trabalhava só meio período, então os levava e os buscava na escola e já ficávamos juntos o resto do dia.
Mas, quantidade não é o principal.
Qualidade é o que importa, muitas mães ficam o dia inteiro com seus filhos e não curtem a companhia deles tão bem quanto as mães que não têm tanto tempo.
Parabéns!
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