sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Abortamento legalizado na Espanha

Seguindo uma tendência mundial de descriminalização, a Espanha acabou de tornar lícito o abortamento voluntário. Veja:

O aborto agora é legal na Espanha. Mulheres, inclusive adolescentes entre 16 e 18 anos, que estejam até na 14ª semana têm direito de fazer aborto. Na quarta-feira (24), o senado espanhol aprovou em definitivo a chamada Lei de Saúde Sexual e Reprodutiva e da Interrupção Voluntária da Gravidez, que já havia sido ratificada pela Câmara dos Deputados em dezembro passado. A lei teve 132 votos favoráveis, 126 contrários e uma abstenção, sendo que entrará em vigor quatro meses depois da sua publicação no diário oficial. As informações são da Folha Online. De acordo com o texto, o aborto também é livre para mulheres até a 22ª que corram risco de morte ou ameças à saúde, ou que o feto tenha má formação. Nesse caso, o fato deve ser certificado por dois médicos. As gestantes que tiverem ultrapassado esse período poderão interromper a gravidez somente diante de anomalia fetal "incompatível com a vida" ou quando o feto sofrer de doença grave e incurável, fato que também dever atestado por um painel de médicos.
A lei que ainda está em vigor, de 1985, já permitia o aborto em casos de estupro, grave malformação do feto e dano à saúde física e psicológica da gestante. Dados divulgados pelo governo espanhol informam que , em 2009, cerca de 116 mil mulheres praticaram o aborto. O aumento foi de 3,27% sobre 2008. Destas, estima-se que mais de 10 mil tivessem até 18 anos de idade.

Fonte: http://www.conjur.com.br/2010-fev-25/espanha-legaliza-aborto-14-semana-inclusive-adolescentes

Ao falar sobre a ortotanásia, objeto da postagem imediatamente abaixo desta, mencionei que muita gente é favorável, mas teme declará-lo amplamente. O abortamento provoca reações ainda mais veementes, haja vista que a vida comprometida é a de um terceiro, e não a do próprio indivíduo que decide. Além disso, cuida-se de eliminar um ser plenamente viável. Aqui, a fogueira arde bem mais.

2 comentários:

Ana Miranda disse...

Eu sempre quis muito ter filhos. Tive-os.
Sei que existem "n" métodos contraceptivos, muitos gratutitos, inclusive.
Há séculos sou a favor do aborto em caso de estupro, quando coloca a vida da mãe em risco e mesmo em caso de má formação do feto.
Mas, o mundo mudou, as coisas evoluíram e acaba acontecendo de uma camisinha furar, de uma mulher esquecer de tomar seu remédio, sei lá, acontecem tantas coisas que eu acho que só cabe a pessoa, no caso à mãe, é claro, que carrega em seu ventre esse novo ser que está por vir, decidir se quer ou não levar adiante uma gravidez não planejada e não desejada.
Eu, tive os filhos que planejei e na época em que quis tê-los.
Mas, acho que uma mulher tem sim o direito de interromper uma gravidez com segurança, sem que corra risco de vida. Fazer em hospitais credenciados, com médicos autorizados a fazerem.
Engraçado, hoje mesmo eu estava relendo aleatoriamentre algumas páginas do livro "Deus, um delírio" de Richard Dawkins e abri exatamente na página em que ele relata o caso daquele fanático religioso, Paul Hill, que matou um médico que fazia abortos...

Yúdice Andrade disse...

Posso te assegurar que esse assunto acende um dos debates mais virulentos hoje em dia. A Igreja faz disso uma bandeira, porque tem a ver com seus dogmas e sua necessidade de manter o número de fieis. Curiosamente, não faz nem um décimo do barulho no combate, p. ex., à violência contra a mulher ou contra a criança, nem oferece a estas apoio quando em situação de risco ou já vitimizadas de alguma forma, sobretudo sexual.