sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Múltiplas inteligências

Polyana, minha esposa, cuja dissertação de mestrado estudou a teoria das múltiplas inteligências de Howard Gardner, cedeu-nos uma configuração mais técnica à discussão sobre o desenvolvimento da inteligência no mundo, trazida à baila pelo meu debate com o comentarista Bruno, aí embaixo:

O QI não é mais uma medida confiável ou desejável como o principal norte da inteligência humana. E nem estou falando no QE1, que muita [gente] de QI alto precisa desenvolver, mas de outras habilidades que o QI não mede, como capacidade de entender a si mesmo (inteligência intrapessoal) e de se relacionar com os outros (inteligência interpessoal), ou até mesmo a inteligência predominante no Pelé, a corporal, entre outras vertentes das nossas habilidades. Ter acesso a um monte de dados não desenvolve a ponto de aumentar em 10 pontos as habilidades matemáticas, lógicas e espaciais das pessoas. O que faz isso é um ambiente estimulante e variado, com desafios constantes e crescentes. Sei que a frase soa genérica demais, mas dá pra ver que ela não se refere a uma quantidade crescente de dados. Podemos ter acesso hoje a mais informação do que nossos avós recebiam em um mês, mas eles absorviam e analisavam mais do que nós a informação que recebiam. Hoje no Brasil temos muito mais analfabetos funcionais do que analfabetos de fato. Isso é um problema para a quantidade de informação que chega, e nem é absorvida, nem mesmo filtrada, pois o senso crítico também fica prejudicado.
Bem, essa discussão pode continuar por muito tempo ainda. Só queria terminar dizendo que os desenhos animados para a faixa etária da Júlia, e até 3 anos, são realmente muito melhores hoje do que antigamente. E que o Capitão Planeta até tinha boa intenção, mas era um saco!!!!!

1 Quociente emocional. N.E.

Vale lembrar que quociente de inteligência é um conceito ultrapassado, enquanto medição confiável da inteligência de uma pessoa. Isto sugere que a inteligência é um atributo da pessoa, como a cor de sua pele, o que permite concluir que existem gênios e burros, pura e simplesmente.
O conceito foi remodelado ao longo do tempo, graças ao aprofundamento das pesquisas sobre os diversos fatores que influenciam a inteligência das pessoas. Já li sobre uma pesquisa (não posso assegurar a confiabilidade dela) segundo a qual metade da inteligência de um indivíduo decorre de sua herança genética e a outra metade depende dos estímulos que ela recebe ao longo da vida. Sem qualquer base para afirmá-lo, especulo que essa relação não seja 1:1 e que, em nossos dias, o peso dos estímulos seja consideravelmente maior.
Espero que algum estudioso do assunto apareça por aqui e nos ajude a entender melhor a questão.
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